Morte de economista seguido por PMs completa um mês; “corregedoria não prendeu”

Por Redação
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Crédito da Foto: arquivo pessoal

Perguntas ainda sem respostas, uma guarnição da Polícia Militar fora da área de atuação e uma vítima fatal. Nesta sexta-feira (19/10) completa-se um mês da morte do economista Márcio Perez, 41 anos. Nesse tempo, alguns questionamentos ainda são feitos, como: “foi crime passional?” e “onde estava o terceiro policial que deveria estar na viatura envolvida no caso?”.

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Contudo, o que mais intriga o advogado Marcos Perez, primo da vítima, além da motivação dos tiros (ainda não desvendada) é a situação dos militares envolvidos. “Surpreende o fato de os PMs não terem sido presos preventivamente. Até agora a corregedoria da polícia não mandou prendê-los”, contou ao Aratu Online.

Na época, um inquérito foi instaurado pela corporação para apurar a ocorrência e o secretário de Segurança Pública do estado, Maurício Barbosa, garantiu celeridade nas investigações. A determinação da SSP foi de que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Corregedoria da PM trabalhassem em conjunto.

O Ministério Público estadual (MP-BA) também passou a acompanhar as investigações, por meio dos promotores Davi Gallo e Luciano Assis, conforme portaria publicada no Diário Oficial de Justiça, no dia 24 de setembro. Na ocasião, foi pedida a reconstituição do caso.

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Procurado pelo Aratu Online, Gallo afirmou que o ocorrido “tem características de execução”, mas não deu mais detalhes sobre a investigação, alegando que ele e a titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), Milena Calmon, que apura o caso, ouvirão outros depoimentos. “Acredito que na próxima semana já teremos novidades”.

Marcos Perez também acredita no assassinato do primo. “Márcio era uma pessoa de boa índole, ‘tranquilão’, não tinha problemas financeiros que pudessem motivar algo, por exemplo”, reforçou o advogado.

O familiar da vítima relata ainda que acompanha o caso de perto, até por ser o único parente do primo no Brasil – fora as filhas do mesmo -, além de representante legal dos pais da vítima, que moram na Espanha. “Tem muita filmagem da região da ocorrência e o inquérito está avançado, com denúncia contra os dois PMs envolvidos, mas eles têm álibis”, conta Marcos.

CRIME PASSIONAL?

Uma das linhas de investigação é a de crime passional, segundo informou o promotor Davi Gallo no último dia 25 de setembro. A informação surgiu depois que foi levantada a possibilidade de a acompanhante da vítima no dia do crime, ocorrido no dia 19 do mês passado, estar mantendo uma relação com um policial militar.

“Sobre o caso de traição e envolvimento sentimental: não tem informação, inclusive depoimentos dela afastam a probabilidade de ter relacionamento com o PM, mas não descartaram [a Polícia Civil]. É uma das linhas, mas a mulher nega ter relacionamento”, frisou Davi Gallo na oportunidade.

PERSEGUIÇÃO

Márcio foi atingido com um tiro na nuca após perseguição que envolveu uma guarnição da 58ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), localizada em Cosme de Farias, a mais de 10 quilômetros do local do ocorrido. Isso, segundo o promotor, também está sendo levado em conta. “Viatura de outro bairro em Armação; guarnição composta por três, mas só tinham dois policiais. Notícias de que a viatura abordou o veículo por trás e luzes apagadas. Precisa ouvir os policiais. Afirmativa é homicídio, mas ainda não sabe a motivação”, relatou.

O MP, sustentou Gallo, pediu a reconstituição da noite em que tudo ocorreu. “Informações de que uma moto seguiu o casal antes: teria tido o envolvimento da motocicleta, segundo o delegado. Requisitaram todas as filmagens, perícias foram providenciadas, colaboração das polícias e Ministério Público. Inclusive, o MP deseja reprodução simulada dos fatos. Todas as linhas de investigações estão sendo seguidas”.

MORTE

Após ser atingido pelos disparos de arma de fogo, o economista subiu em um canteiro na região do Costa Azul. Ele chegou a ser socorrido por policiais da 39ª CIPM para uma unidade de saúde, mas não resistiu. O corpo de Márcio foi liberado do IML no dia 20 de setembro e enterrado na Espanha. Ele deixa duas filhas, de 9 e 13 anos.

Procurada pelo Aratu Online, a SSP-BA afirmou não ter novidades sobre o caso.

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