Colapso na gestão Calmon motiva coleta de assinaturas por impeachment

Por Redação
5 Min

São Francisco do Conde chegou ao ponto de ruptura. A série de falhas administrativas acumuladas pela gestão do prefeito Antônio Calmon desencadeou uma mobilização inédita: moradores organizaram a coleta formal de assinaturas para pedir o impeachment do chefe do Executivo. O movimento, espontâneo e massivo, reflete o esgotamento completo da paciência da população diante de um governo marcado por improvisos, descontrole financeiro e abandono de políticas essenciais.

A cidade vive um colapso que atinge todas as áreas. A paralisação total do transporte universitário, escolar e urbano — consequência de um calote de mais de 10 meses dado pela Prefeitura à empresa contratada — foi a gota d’água. A gestão Calmon conseguiu algo raro: paralisar, ao mesmo tempo, a rotina de estudantes, trabalhadores, profissionais da saúde e pacientes. A ausência de ônibus deixou famílias inteiras isoladas, sem direito ao básico: estudar, trabalhar e se tratar.

Enquanto moradores enfrentam esse caos diário, o prefeito, que comemora aniversário nesta segunda-feira, parece completamente alheio à gravidade da crise. A sensação predominante é de que São Francisco do Conde caminha sem comando — e, quando há comando, ele age tarde demais ou não age de forma alguma.

Movimento cumpre a lei — e revela a perda total de confiança

O pedido de impeachment segue rigorosamente o que determina a Lei Orgânica Municipal e o Regimento Interno da Câmara. Advogados e lideranças comunitárias confirmam que qualquer cidadão pode apresentar denúncia escrita, desde que identificada e acompanhada de provas.

Por isso, quem for assinar deve levar cópias do RG e do CPF. A coleta acontecerá amanhã, às 9h, na Câmara de Vereadores.

O que mais chama atenção não é apenas o respaldo legal, mas a rapidez com que o movimento se espalhou. A indignação é tão profunda que moradores de diferentes bairros se uniram com rapidez e organização — algo raro nas últimas décadas do município.

Lideranças afirmam que começou “o fim da era Calmon”

A percepção popular é de que o governo perdeu completamente o controle da gestão. “Está começando o fim da era Calmon. A cidade precisa ressurgir. A população cansou de sofrer”, declarou Josias Santos, uma das figuras que coordenam o movimento.

Carros de som percorrem as ruas convocando moradores para o ato. A lista de acusações contra o prefeito inclui:

  • colapso dos serviços essenciais;
  • prejuízos diretos à população;
  • denúncias envolvendo setores próximos ao governo;
  • falta de transparência e desrespeito à população;
  • condutas que podem configurar infrações político-administrativas.

Uma das acusações mais graves é o descumprimento de decisões judiciais — entre elas, a obrigação de pagar 11 meses atrasados do programa Pão na Mesa. Trata-se de um programa básico de assistência, e ainda assim negligenciado pela gestão municipal.

Servidores sem salário, estudantes sem aula e pacientes sem remédios

A gestão Calmon vive uma crise que, segundo moradores, se agravou por falta de planejamento, má administração dos recursos e decisões equivocadas. Servidores relatam atrasos salariais, unidades de saúde denunciam falta de medicamentos, e professores apontam abandono total da educação.

Em vez de enfrentar os problemas, o governo se limita a notas vagas e promessas que nunca se cumprem. Para os moradores, ficou claro que a situação ultrapassou qualquer limite aceitável.

Com o desgaste crescendo e a cidade afundando em problemas básicos, o processo pode marcar o início de uma virada profunda na política local. A depender do resultado, São Francisco do Conde poderá, finalmente, se mover em direção a uma reconstrução urgente — uma reconstrução que a população já deixou claro que não acredita mais ser possível sob a gestão de Antônio Calmon.

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