Na última sexta-feira (10), os deputados da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) decidiram, em uma sessão extraordinária, manter a prisão preventiva do deputado estadual Binho Galinha (PRD). A votação, que ocorreu de maneira secreta, contou com 34 votos a favor da manutenção da prisão, enquanto 18 parlamentares se manifestaram pela soltura. Um deputado se absteve e dez não compareceram à sessão.
A decisão baseou-se na análise do parecer emitido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que examinou os dispositivos das Constituições Federal e Estadual e também considerou precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento revelou que existiam fundamentos jurídicos válidos tanto para manter quanto para revogar a prisão, o que deixou a responsabilidade da deliberação aos parlamentares, que decidiram agir de forma soberana.
Os deputados enfatizaram que essa votação não abordou o mérito das denúncias contra Binho Galinha, que continuam sob investigação no Poder Judiciário. Com a manutenção da prisão, o deputado permanecerá detido enquanto as apurações avançam.
Quem é Binho Galinha
O deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, amplamente conhecido como Binho Galinha, é o alvo da operação “Estado Anômico”, que investiga suas supostas conexões com um grupo miliciano na Bahia. Na manhã de quarta-feira (1º), quatro policiais militares, além da esposa e do filho do parlamentar, foram presos. A esposa de Binho Galinha, identificada como Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, e o filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, também foram envolvidos na operação. No total, a Polícia Federal já cumpriu oito mandados relacionados ao caso.
Natural de Milagres, uma cidade no interior da Bahia, Binho Galinha foi eleito deputado estadual em 2022, quando integrava o partido Patriota. Seu apelido surgiu durante o período em que morou em Feira de Santana, onde trabalhou em um abatedouro de galinhas, fato que se tornou parte de sua identidade pública.
As investigações em andamento levantam questões sérias sobre a atuação de Binho Galinha e suas possíveis ligações com atividades ilegais. A continuidade da prisão preventiva reflete a preocupação dos parlamentares em garantir a integridade das investigações e a confiança da população nas instituições governamentais. A sociedade agora aguarda os desdobramentos desse caso, que promete repercussões significativas na política baiana e no cenário nacional.