Otto Alencar, senador pelo PSD, fez uma declaração significativa nesta quinta-feira (15) ao admitir que o senador Angelo Coronel, também do mesmo partido, pode ser excluído da chapa majoritária nas próximas eleições de 2026. A afirmação foi feita durante uma entrevista ao programa Boa Tarde Bahia, da TV Bandeirantes, em um momento em que as relações entre o PT e Coronel estão tensas.
A proposta apresentada pelo PT sugere que a chapa majoritária seja formada por três representantes do partido. Assim, Jerônimo deverá buscar a reeleição ao lado de Jaques Wagner, enquanto Rui Costa, atual ministro da Casa Civil, almeja uma vaga no Senado. Por outro lado, Coronel não demonstra disposição para abrir mão de sua candidatura e chegou a insinuar que poderá romper com o grupo caso não seja incluído no processo eleitoral.
Durante a entrevista, Otto destacou que mantém uma relação amigável e próxima com Coronel, afirmando que ele “fala as coisas que acha que deve falar”. O senador reconheceu a existência de insatisfações dentro da base aliada, mas também indicou que há espaço para negociações. Ele sugeriu a possibilidade de compensações políticas, embora tenha optado por não entrar em detalhes sobre quais seriam essas compensações.
“Coronel é meu amigo, meu compadre, e desde que o conheço, ele permanece o mesmo. Ele expressa suas opiniões, que podem estar certas ou erradas, mas quando comete um erro, ele consegue se recuperar”, declarou Otto. “No entanto, é um homem que sabe dialogar e está aberto à discussão. Acredito que encontraremos uma solução. Existem compensações que poderão ser oferecidas.”
Otto, que foi reeleito ao Senado em 2022, não participará da disputa em 2026, mas exerce um papel crucial nas articulações políticas. Ele enfatizou que decisões apressadas podem ser prejudiciais no ambiente político e que a formação da chapa será decidida no momento apropriado.
“Na política, as decisões devem ser tomadas no momento certo. A precipitação leva a erros, assim como a demora pode resultar em perdas. Por isso, farei a escolha correta na hora certa”, afirmou Otto.
Ele ainda lembrou a eleição de 2022, quando o então secretário da Educação Jerônimo Rodrigues, do PT, foi escolhido para concorrer ao governo estadual, surpreendendo até mesmo alguns aliados. “Naquele momento, todos acreditavam que eu seria o candidato. Contudo, Jerônimo foi escolhido, e uma solução foi encontrada”, concluiu Otto.