Rússia defende o fim do controle de sanções à Coreia do Norte na ONU

Por Redação
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Rússia bloqueia renovação do mandato de especialistas na ONU

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Nesta quinta-feira (28), a Rússia bloqueou na ONU a renovação do mandato dos especialistas responsáveis por supervisionar a aplicação das sanções contra a Coreia do Norte. Esse veto foi denunciado pela maioria dos membros do Conselho de Segurança, os quais estão preocupados com o desenvolvimento contínuo do programa nuclear de Pyongyang.

Desde 2006, a Coreia do Norte tem sido alvo de sanções do Conselho de Segurança, especialmente relacionadas ao seu programa nuclear. Essas sanções foram reforçadas várias vezes nos anos de 2016 e 2017. Contudo, desde 2019, Rússia e China têm tentado, sem sucesso, persuadir o Conselho a aliviar tais medidas, que não têm um prazo de validade definido.

Nesse contexto, Moscou vetou uma resolução que buscava prorrogar por um ano o funcionamento da comissão de especialistas encarregada do acompanhamento das sanções. Os relatórios produzidos por essa comissão são altamente respeitados na área.

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O embaixador russo, Vassily Nebenzia, comentou que a comissão tem se concentrado em questões irrelevantes que não condizem com os problemas enfrentados pela península coreana. Ele também ressaltou que a Rússia solicitou ao Conselho uma avaliação transparente e honesta das medidas em vigor. Além disso, ele enfatizou que se houvesse um consenso para renovar anualmente as sanções, o mandato da comissão de especialistas faria sentido. No entanto, ele denunciou a recusa dos Estados Unidos e seus aliados em aceitarem essa modificação.

No último relatório, a comissão de especialistas destacou mais uma vez que a Coreia do Norte continua a burlar as sanções, especialmente ao avançar com seu programa nuclear e com o lançamento de mísseis balísticos. Também foi mencionado o descumprimento das sanções marítimas e dos limites de importação de petróleo. Além disso, a comissão está investigando informações sobre o fornecimento pela Coreia do Norte de armas e munições convencionais a outros países, incluindo a Rússia.

Dez membros do Conselho, incluindo os Estados Unidos, França, Reino Unido e Coreia do Sul, afirmaram em uma declaração conjunta que o trabalho da comissão é crucial diante das repetidas tentativas da Coreia do Norte de minar a paz e a segurança internacionais.

A embaixadora britânica, Barbara Woodward, denunciou o veto como uma manobra para que a Rússia obtenha liberdade para violar as sanções em busca de armas para utilizar contra a Ucrânia. Além do Reino Unido, os Estados Unidos também criticaram o veto como uma tentativa de Moscou de esconder sua cooperacao militar crescente com Pyongyang.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou que as ações da Rússia minaram cinicamente a paz e a segurança internacionais, tudo para promover o acordo corrupto que Moscou firmou com a Coreia do Norte.

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