Durante conversa, co cantor disse que já está cansado dessa perseguição
Horas antes de ter sido novamente apreendido na BR-324 na noite desta quinta-feira (22) com cigarro de maconha, o cantor Igor Kannário participou do programa Universo Axé, apresentado por Alex Lopes, e deu declarações sobre a sua prisão no último dia 7 com 8 “dolões” de maconha, o equivalente a 30 cigarros de droga. Na entrevista, ele disse que já está cansado dessa perseguição.
“Toda vez que eu estou fazendo meus shows, na véspera do carnaval, acontece algo. Eu sou um degustador da erva, que é uma erva medicinal, e que as pessoas têm como maconha. Mas eu digo às crianças que se espelham no Kannário: ‘Não levem essa atitude. Peguem só o meu lado bom’. Eu não sou perfeito, o ser humano é falho. Mas pra me calar, vai ter que me matar. Como eu não devo nada a ninguém e também não tenho medo de morrer, vou continuar andando na rua novamente, vendo meus amigos. Eu não sou traficante, eu não sou um drogado. Eu sou simplesmente um favelado, que não teve a ajuda de ninguém. E isso incomoda. Eu sou vulnerável. Eu faço o que nenhum artista faz. Continua morando no mesmo lugar e ando normalmente. Me criticar, falar, armar. Todo mundo sabe. Se ‘neguinho’ está achando que vai encontrar envolvimento com narcotráfico, não vai. Já colocaram escuta no meu telefone e viram que eu não tenho ligação nenhuma com isso. Eu estou cansado disso.. Tem muita gente que fala: ‘O Kannário dá ousadia’. Certas vezes eu estou dentro da minha casa ‘nego’ fala mal de mim na televisão. Então eu estou dando ousadia, é? Eu estou é incomodando. É diferente. Mas eu não estou aqui para ser inimigo de ninguém. Eu não estou aqui para ser Deus. Mas eu também não sou sozinho, velho. Eu não pedi para ser o que eu sou hoje. Foi o homem lá (Deus) que disse: Você vai ser o escolhido. Você vai ser o Kannário e que vai representar esse povo aqui. Agora, assuma seu pepino. A culpa não é minha. “, contou.
Anderson Machado de Jesus, 30 anos, nome verdadeiro de Kannário, e João Pedro Laurentino, 27 anos, foram detidos, por policiais na Rua Saldanha Marinho, na Caixa D’Água. Os dois foram levados à 2ª Delegacia por volta das 18h. Os dois estavam com cerca de oito dolões de maconha. Não foi informado até o momento se Kannário será autuado por algum crime. A polícia também pode entender que a droga era para uso pessoal dos dois detidos.
Parecido com a situação que aconteceu em 2013, Kannário afirmou que não sabe o que vai ser do seu carnaval deste ano. “Eu não sei do que vai ser do meu Carnaval. Até agora eu não sei se posso tocar. E nem sei o motivo se eu sou um artista da terra. Vou fazer com que os gringos venham para à cidade. Soube que tem gringo chegando aqui e perguntando: “Quem é o barril dobrado?”. É Márcio (Psirico) que é o barril dobrado? É Léo Santanna que é o barril dobrado? É Xanddy que é o barril dobrado? O barril dobrado sou eu, Igor Kannário. Querendo ou não. Eu preciso de ajuda. Direitos Humanos, Corregedoria Pública, estão acabando com a minha carreira e dizem que sou eu. Estão acabando com o sonho de milhares de famílias (banda). Eu nunca vou parar. Só se eu ficar velhinho e não conseguir mais cantar ou ficar em pé. Para os meus fãs, as pessoas que não me conhecem…eu sou um cara do bem. Eu sou um ser humano. Muito melhor do que a maioria que me critica”, disse.
No carnaval de 2013, Kannário foi cortado da festa por conta de uma possível briga judicial que envolveu ele e o empresário, na época, da banda A Bronkka, Beto Bonfim. Beto processou o cantor por quebra de contrato. Em nota, o bloco ‘Apaxes do Tororo’ que vinha anunciando a participação do cantor, disse que o motivo da exclusão de Kannário foi por conta de de uma decisão judicial que proíbe o mesmo de cantar e se apresentar em qualquer outra banda ou entidade carnavalesca que não seja a banda A Bronka.
O cantor também revelou um volta do bloco “As Muquiranas”, onde ele teria sido convidado pelo cantor Márcio Victor para fazer uma participação. Kannário afirmou que os empresários alegaram que o motivo da suspensão teria sido o possível envolvimento com facção criminosa. “Eu queria pedir às Muquiranas desculpas. Eu jamais queria causar confusão para a Diretoria ou os foliões do bloco. Márcio (Psirico) também não quer causar problema nenhum. Queria dizer que foi cancelada a minha participação (feita por Márcio Victor) no bloco, e alegaram que facção poderia ir atrás do trio devido à minha canja com ele. Eu só tenho como colocar comida em casa com show. E isso mexe com tudo. Com os contratantes que acham que eu levo facção. Eu não tenho nenhuma ligação com isso. Quando eu nasci, a facção já existia, o tráfico já existia. Pelo amor de Deus”, desabafou.
Confira a entrevista: