banner

Estudo revela que demência pode ser detectada na infância

4 Min

Pesquisadores revelam nova perspectiva sobre demência

Pesquisadores afirmam que há evidências de que muitas das diferenças na estrutura e função cerebral associadas à demência podem ter suas raízes na infância. Essa descoberta pode mudar a forma como entendemos a doença e seus fatores de risco.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 60 milhões de pessoas vivem com demência globalmente. Além disso, essa condição é responsável pela morte de aproximadamente 1,5 milhão de indivíduos anualmente. Apesar de seu vasto impacto na saúde, ainda não existe uma cura para a demência, o que motivou diversos estudos que buscam avançar nas estratégias de diagnóstico e tratamento.

Historicamente, os fatores de risco associados à demência têm sido considerados maiores entre os indivíduos mais velhos. Acredita-se que até 45% dos casos de demência podem ser prevenidos com a redução da exposição a 14 fatores modificáveis frequentemente encontrados ao redor do mundo, como obesidade, sedentarismo e tabagismo. Essa associação resultou em estratégias de prevenção dirigidas principalmente à população a partir dos 40 anos.

Entretanto, um estudo recente sugere que abordagens preventivas podemter maior eficácia quando iniciadas antes na vida. Scott Chiesa, da Alzheimer’s Research UK David Carr Fellow, junto com Francesca Farina da Universidade de Chicago, e Laura Booi, da Universidade Leeds Beckett, identificaram que muitos fatores de risco relacionados ao estilo de vida surgem na adolescência e persistem na idade adulta.

O espectro da obesidade é um ponto crítico. Dados indicam que aproximadamente 80% dos adolescentes obesos permanecem assim na vida adulta. Condições como hipertensão e hábitos de sedentarismo seguem a mesma tendência. O tabagismo e o consumo de álcool, frequentemente iniciados na adolescência, corroboram essa tendência.

Essas evidências reforçam a importância de iniciativas que incorporem a sustentação de um estilo de vida saudável desde a infância. Para os pesquisadores, reconhecer que os prejuízos nas habilidades cognitivas podem se manifestar desde a infância pode abrir portas para estratégias de intervenção que funcionem em diversas etapas da vida.

Nos últimos anos, observou-se uma crescente evidência de que certas mudanças na estrutura e na função cerebral associadas à demência podem ser detectadas antes mesmo do envelhecimento. Essa revelação sugere fortemente que avanços significativos no combate à doença podem ser alcançados através do foco em características diagnósticas que possam ser identificadas na infância.

Embora não ofereça uma cura definitiva, essa nova compreensão tem o potencial de revolucionar a abordagem aos cuidados com a saúde mental. Medidas que sustentem a educação desde tenra idade e promovam um estilo de vida adequado podem, de fato, minimizar os índices de demência em diversas populações.

O papel das políticas públicas nesse contexto é fundamental. A imaginação coletiva deve ser direcionada não apenas a tratamentos imediatos, mas a um planejamento de longo prazo que priorize a saúde pública. Isso abrange tanto o acesso a programas esportivos quanto iniciativas de alimentação saudável nas escolas.

Por fim, enfatiza-se que prevenir a instalação da demência não é apenas uma questão médica. É um tema que envolve engajamento social e comunitário. Fortalecer o sistema de apoio e educar as gerações mais jovens pode ser uma chave para garantir que comunidades inteiras se mantenham saudáveis e livres das amarras da demência.

Esse progresso pode representar um novo horizonte não apenas para aqueles que já convivem com a doença, mas essencialmente para as futuras gerações, proporcionando mais qualidade de vida e afastando o espectro da demência das suas trajetórias. A chave está em agir cedo, educar, prevenir e contribuir para um futuro mais saudável.

- Advertisement -
Compartilhe Isso