Como as emissões das ‘lagoas de soda’ do Pantanal impactam a mudança climática: estudo revela dados importantes

Por Redação
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As variações sazonais e o nível de nutrientes influenciam as emissões de gases de efeito estufa das lagoas salino-alcalinas no Pantanal. Esses corpos d’água são conhecidos como “lagoas de soda” e possuem elevado pH e alta concentração de sais alcalinos, como carbonatos e bicarbonatos, que impactam a microbiologia e a diversidade de plânctons nesse ambiente.

Pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Federal de São Carlos (UFSCar) destacam a importância de incluir a composição e a função das comunidades microbianas nos modelos de emissão de gases de efeito estufa. O estudo ressalta a necessidade de aprofundar a compreensão sobre os fatores biológicos que impactam essas emissões e os efeitos das mudanças ambientais, como secas e incêndios, nas lagoas salino-alcalinas.

O Pantanal enfrenta secas extremas e recordes de incêndios, com um aumento significativo nos focos de calor. O trabalho publicado na revista Science of the Total Environment destaca três tipos distintos de lagoas salino-alcalinas no Pantanal e sua relação com as emissões de metano, dióxido de carbono e óxido nitroso.

A pesquisa aponta que as lagoas turvas eutróficas apresentam maiores emissões de metano devido ao crescimento de cianobactérias e à decomposição de matéria orgânica. Por outro lado, as lagoas oligotróficas claras com vegetação emitem metano em níveis mais baixos, enquanto as oligotróficas turvas não emitem esse gás, liberando CO2 e N2O.

Os cientistas alertam para a tendência de aumento nas florações de cianobactérias, sugerindo que essas áreas podem se tornar emissoras significativas de gases de efeito estufa no futuro. A pesquisa destaca a importância dos microrganismos nas lagoas salino-alcalinas e seu papel fundamental nos ciclos biogeoquímicos desses ecossistemas.

O estudo visa contribuir para uma melhor compreensão dos impactos das mudanças climáticas nas lagoas salino-alcalinas do Pantanal e a necessidade de medidas de mitigação. A pesquisa foi financiada pela FAPESP e realizada em parceria com instituições de ensino e pesquisa. O artigo completo pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969724047958?via%3Dihub.

Informações da Agência FAPESP

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