O café, além de agradável ao olfato, pode ter um papel fundamental na redução do vício em tabagismo, conforme aponta um estudo realizado por pesquisadores brasileiros. Ao longo de seis meses, 60 fumantes participaram do experimento, no qual 30 deles inalaram a fragrância do pó de café.
Destes 30 participantes, metade conseguiu se livrar do vício do tabagismo. Embora os pesquisadores considerem esse resultado expressivo, ainda não é estatisticamente significativo. No entanto, essa descoberta indica o potencial dessa abordagem, especialmente por se tratar de um ensaio clínico piloto.
Para viabilizar a pesquisa, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) investiu a quantia de R$ 373 mil. Essa iniciativa pode ser o ponto de partida para estudos em uma escala mais ampla, com o intuito de verificar os efeitos do café na redução da dependência do tabagismo.
O café atua intensamente em uma região do cérebro que controla a vontade de fumar, explica a justificativa científica por trás dos resultados positivos observados. Os pesquisadores planejam agora desenvolver uma formulação terapêutica à base de voláteis de café, a ser adaptada em um dispositivo eletrônico.
Essa formulação será testada em novos ensaios clínicos, envolvendo um maior número de fumantes. É importante frisar que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,25 bilhão de adultos em todo o mundo são usuários de tabaco. O vício em tabagismo resulta em mais de 8 milhões de mortes por ano, sendo mais de 7 milhões decorrentes do uso direto do tabaco e mais de 1,2 milhão de fumantes passivos.
Portanto, a busca por alternativas ao tratamento do tabagismo é uma questão de saúde pública urgente. O estudo sobre o potencial do café na redução do vício em tabagismo representa um passo promissor nesse sentido. Novas pesquisas e investimentos podem contribuir significativamente para a melhoria da saúde e qualidade de vida dos indivíduos afetados pelo tabagismo.