Mudanças Climáticas: Impactos Diretos na Saúde da População

4 Min

Mudanças Climáticas e Saúde: Um Alerta Necessário

Você já parou para refletir sobre como as mudanças climáticas podem impactar sua saúde? O Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, celebrado em 16 de março, é uma oportunidade para refletir sobre essas alterações e pensar em como enfrentá-las. Em um ano marcado pela Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 no Brasil (Cop 30), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) destaca que as mudanças climáticas representam um sério desafio para a saúde pública.

Nesta primeira reportagem da série especial “Clima e Saúde”, especialistas de hospitais universitários federais gerenciados pela Ebserh discutem a necessidade de atenção imediata às consequências das mudanças climáticas, que incluem o aumento de doenças respiratórias e infecciosas.

Aumento de Doenças Infecciosas

A Moara Santa Bárbara, infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), alerta que eventos climáticos extremos estão mudando o cenário epidemiológico brasileiro. "Chuvas intensas seguidas por altas temperaturas criam condições ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya", explica. Os desastres naturais aumentam o acúmulo de água parada, favorecendo a reprodução do vetor.

Além das doenças transmissíveis pelo Aedes aegypti, outras enfermidades, como febre amarela e malária, estão se expandindo para áreas onde antes eram raras. Hilton Alves Filho, chefe da Unidade de Vigilância em Saúde do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), enfatiza a importância de medidas preventivas durante chuvas intensas. "A contaminação da água pode levar a doenças como leptospirose e hepatite A", alerta.

Impactos na Saúde Respiratória

O pneumologista Emanuell Felipe Silva Lima, do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), estima que até 2030, as mudanças climáticas poderão causar cerca de 250 mil mortes adicionais anualmente, principalmente devido a doenças respiratórias. A queima de combustíveis fósseis libera poluentes que agravam condições como asma e bronquite. O aumento da temperatura também intensifica a concentração de poluentes atmosféricos, prejudicando a saúde respiratória.

Atenção à Saúde Cardiovascular

A cardiologista Alinne Katienny, também do HDT-UFT, alerta sobre os riscos das ondas de calor, que podem causar desidratação severa e aumentar a viscosidade do sangue, elevando o risco de infartos e derrames. "Pacientes cardiopatas ou obesos são os mais vulneráveis", comenta.

Evento Científico e Conscientização

Para debater esses temas, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sediará o Congresso Brasileiro sobre Catástrofes Climáticas (ConBrasCC), em parceria com o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm-UFSM) e a Rede Ebserh. O evento reunirá especialistas para discutir soluções para os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

A série “Clima e Saúde” continuará, abordando como proteger os grupos mais vulneráveis, como idosos e crianças, dos efeitos nocivos das mudanças climáticas. As mudanças climáticas não são apenas uma questão ambiental; são uma questão de saúde pública que exige ação imediata e consciente.

Com informações da Agência Gov

Compartilhe Isso