O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, revelou em entrevista à Reuters na quarta-feira (17) que o BID planeja divulgar um comunicado no sábado com metas conjuntas dos bancos multilaterais de desenvolvimento. Essas metas envolverão o compartilhamento de prioridades e a possibilidade de cofinanciamento de projetos.

Goldfajn explicou que a intenção é que os bancos multilaterais trabalhem como um sistema unificado, buscando maneiras novas e inovadoras de alavancar a concessão de empréstimos. Os bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs) têm sido pressionados a ampliar seu escopo e relevância, especialmente diante das necessidades dos países em desenvolvimento por financiamentos substanciais para lidar com a transição climática.

Um esboço do comunicado conjunto será apresentado na reunião do G20 na quinta-feira, às margens das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial. A presidência brasileira do G20 colocou a reforma dos bancos multilaterais como tema principal para o dia.

Uma das estratégias-chave do BID é a canalização dos Direitos Especiais de Saque (SDRs) do Fundo Monetário Internacional por meio dos MDBs. Goldfajn espera que o FMI aprove esta iniciativa em uma reunião agendada para maio, abrindo caminho para a busca de investidores âncora pelo BID e outros MDBs.

O presidente do BID ressaltou que o Banco Central Europeu adotou uma postura cautelosa em relação ao uso dos SDRs, o que pode impedir países do bloco de realizar investimentos diretos. No entanto, ele destacou que esses países poderiam atuar no mercado secundário, o que seria crucial para o sucesso do projeto.

Essas iniciativas visam fortalecer a atuação dos bancos multilaterais de desenvolvimento e aumentar sua capacidade de financiar projetos que promovam o desenvolvimento sustentável e a mitigação das mudanças climáticas. A colaboração entre os MDBs é fundamental para enfrentar os desafios globais e impulsionar o progresso econômico e social nos países em desenvolvimento.