Confirmado caso autóctone de cólera em Salvador, o primeiro em 18 anos

Por Redação
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O Ministério da Saúde confirmou, na última sexta-feira (19/4), o registro de um caso de cólera em Salvador. Este caso é considerado “autóctone”, o que significa que a doença foi adquirida na própria cidade, sem que o paciente tenha sido infectado em outro local. Esse é o primeiro registro de cólera em 18 anos na região.

A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente divulgou em nota que o caso foi identificado em um homem de 60 anos, residente em Salvador, que manifestou desconforto abdominal e diarreia aquosa em março de 2024. Este paciente havia feito uso de antibióticos duas semanas antes para tratar outra patologia. Os exames laboratoriais confirmaram que a bactéria responsável pela doença foi a Vibrio cholerae O1 Ogawa.

Desde 2006, não haviam sido registrados casos de cólera autóctone na região, com os últimos incidentes ocorrendo entre 2004 (21 casos) e 2005 (5 casos). Segundo informações do Ministério da Saúde, trata-se de um caso isolado, pois não foram identificados outros registros após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente.

O período de transmissão da cólera é de um a dez dias após a infecção, no entanto, para as investigações epidemiológicas no Brasil, é adotado um período de até 20 dias como margem de segurança. Desta forma, de acordo com o Ministério da Saúde, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.

A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou pela ingestão de água e alimentos contaminados. Ela é causada pela ação de toxinas liberadas por dois sorogrupos específicos da bactéria Vibrio cholerae (sorogrupos O1 e O139). A toxina altera o fluxo normal de sódio e cloreto no organismo, causando a secreção de grandes quantidades de água, resultando em diarreia líquida, desidratação, náuseas e, em casos mais graves, febre.

Cerca de 75% das pessoas infectadas pela cólera permanecem assintomáticas, enquanto a maioria daqueles que desenvolvem a doença apresenta sintomas leves a moderados. A forma grave da doença afeta de 10% a 20% dos contaminados e, se não for tratada prontamente, pode levar a complicações graves e até mesmo à morte.

Este caso de cólera em Salvador serve como alerta para a importância da vigilância e controle de doenças infecciosas. A rápida identificação e isolamento de casos podem ser fundamentais para evitar surtos e proteger a população. Espera-se que medidas preventivas sejam reforçadas para garantir a segurança e saúde da população da região.

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