Um estudo recente publicado na revista The Lancet revelou um aumento nas taxas de autolesões e suicídios no Brasil ao longo de 11 anos. Segundo a pesquisa, a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano, enquanto as notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos aumentaram 29% anualmente. As análises foram baseadas em dados do SIM, do SIH e do Sinan, totalizando quase 1 milhão de registros.
De acordo com os pesquisadores, as taxas de autolesões e suicídios entre os jovens superaram as taxas da população em geral, com crescimentos de 3,7% e 21% ao ano, respectivamente. Além disso, houve um aumento de 17% nos números de suicídios nas Américas entre 2000 e 2019, com o Brasil registrando um crescimento de 43%. Notavelmente, a população indígena foi apontada como a mais afetada, com mais de 100 casos a cada 100 mil pessoas, embora apresentem as menores taxas de hospitalização.
Em relação à pandemia de Covid-19, os pesquisadores não identificaram um impacto significativo nas taxas de suicídio e autolesões. Mesmo com o Brasil sendo um dos países mais afetados pela pandemia, as taxas de suicídio permaneceram em alta ao longo do tempo. Estudos anteriores já haviam relacionado o aumento desses números com as desigualdades sociais, pobreza e a prevalência de transtornos mentais.
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Para as pesquisadoras envolvidas no estudo, os resultados destacam a necessidade de mais estratégias de prevenção ao suicídio. A análise de diferentes bases de dados traz insights importantes para a implementação de medidas eficazes. É fundamental procurar ajuda especializada em caso de pensamentos suicidas, com o CVV sendo uma das opções de suporte disponíveis.