Cidades voltam a recomendar uso de máscaras de proteção após aumento de casos da Covid-19

Por Redação
3 Min

A desaceleração no ritmo da imunização contra o Covid-19, associada ao aumento do número de casos e mortes pela doença estão deixando alguns municípios em alerta e receio pelo retorno da pandemia. Muitos estão recomendando a volta do uso de máscara em locais fechados, como Londrina (PR), Petrópolis (RJ) e Poços de Caldas (MG), enquanto outros, como Belo Horizonte, cogitam retomar a obrigatoriedade da proteção individual.

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De acordo com a reportagem da Exame, o Brasil registrou 115 novas mortes pela Covid-19 na última quinta-feira (19). O índice permanece acima de 100 pelo sexto dia consecutivo. Por conta do aumento de casos da doença, duas escolas particulares de Belo Horizonte, precisaram retornar às aulas no formato online após confirmação de casos na instituição de ensino.

A prefeitura da capital mineira chegou a emitir comunicado alertando para a possibilidade de voltar a exigir máscara em locais fechados, apenas 20 dias após seu uso ter sido declarado opcional. O último boletim da cidade, divulgado dia 17 de maio, mostra aumento de 18% nos novos casos do novo coronavírus em sete dias.

Para o médico infectologista Unaí Tupinambás, integrante do extinto Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte, diz que a liberação do uso de máscaras pela prefeitura foi precoce. "A gente que está na linha de frente percebeu que não era hora de abrir mão de máscara. Nossa proposta era manter a obrigatoriedade em locais fechados. Houve uma pressa de abolir tudo, as pessoas estavam cansadas, mas o que ocorria em outros países indicava que ainda não era hora de relaxar", afirmou.

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Segundo o infectologista, a queda das temperaturas propicia o aparecimento de novas variantes do coronavírus avançam e a vacinação de crianças e adolescentes está muito abaixo do ideal. "Os testes diminuíram, o número de casos está subnotificado e vacinação de crianças está em ritmo lento", alerta. "Tudo conspira para piorar a situação", afirma Tupinambás.

O Rio Grande do Sul, também já emitiu alertas para os 21 municípios monitorarem o avanço da pandemia no Estado. Segundo o Grupo de Trabalho da Saúde, a incidência de casos quase dobrou, passando de 113,7 a cada 100 mil habitantes para 223,2 entre 7 e 17 de maio.

O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na quinta-feira (19) reforçou a preocupação com a estagnação do crescimento da cobertura vacinal na população adulta, além da desaceleração da curva de cobertura da terceira dose.

"O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente", alertam os pesquisadores.

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