Estudante denuncia agressão de rapper na Bahia: ‘Me estrangulou’

Por Redação
5 Min

Magda fez desabafo no Facebook após agressão do ex-companheiro (Foto: Reprodução/ Facebook)

A estudante Magda Anali, de 24 anos, denunciou à polícia uma agressão do ex-companheiro, o rapper Victor Lins, mais conhecido como Mobb, do grupo Direito do Hospício (DDH).

O caso ocorreu em Camaçari, cidade na região metropolitana de Salvador, e foi registrado na Delegacia da Mulher no município, na terça-feira (13).

O G1 tentou contato com o rapper Mobb e com o grupo DDH diversas vezes, por telefone, mas até a publicação desta reportagem, não conseguiu.

No mesmo dia que registrou o caso, Magda publicou um desabafo na página dela no Facebook no qual relata que, além de ter sido agredida fisicamente mais uma vez, sofreu diversas agressões psicológicas, preconceito social e racial. A publicação teve, até a tarde desta sexta-feira (16), quase três mil curtidas e mais de 800 compartilhamentos.

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"Eu fui minha maior agressora, me perdi entre as entrelinhas de suas poesias e nas falsas promessas. Era muito bonito o que escrevia, mas me mantinha infeliz ao seu lado"
Na publicação, a estudante encoraja mulheres que podem estar em situação semelhante à que ela se encontrava a denunciarem o caso e deixarem o agressor.

Ainda emocionada, Magda conversou com a reportagem por telefone e contou que ficou por cerca de seis anos em um relacionamento com o rapper. Os dois moravam juntos há um tempo. Chegaram a viver na mesma casa que a mãe do músico, mas, há cerca de seis meses, moravam sozinhos em um apartamento localizado em Camaçari.

"Quero muito que ele vá preso. Eu não consigo dormir pensando nisso"

Conforme Magda, a última agressão ocorreu no dia 7 de março, em uma conversa após o fim do relacionamento. "A gente começou conversando normalmente, depois a gente saiu do controle, discutimos feio. Ele ficou descontrolado, eu chorando muito, desesperada", disse.

A estudante relatou, que, na tentativa de "acalmá-la", Mobb, que tem 21 anos, começou a agredi-la fisicamente.

"Ele tentando me parar começou a me agredir. Ele me estrangulou, me jogou no chão, pressionou o peso do corpo dele e a perna no meu pescoço, tentou me tirar o ar, puxou meu cabelo"
Segundo Magda, depois da agressão, os dois continuaram na mesma casa, e Mobb deixou o local no dia seguinte. A estudante só resolveu denunciar o ex quase uma semana após a agressão. Já não havia marcas no corpo. Ela diz não ter feito fotos após o ocorrido e que só registrou o caso um tempo depois porque estava muito abalada psicologicamente.

Em um trecho do desabafo no Facebook, a estudante relata como se sentia com as agressões e como percebeu que precisava ter coragem para sair da situação.

"Enquanto gritava por socorro o próprio ligou para a polícia, perguntou se eu teria coragem de denunciá-lo, foi aí que percebi o quanto meu psicológico estava abalado e doentio, foi daí que eu percebi que eu era mais uma estatística no meio a tantas mulheres que sofrem violência doméstica, abusos psicológicos, que diariamente são mortas, estupadas, humilhadas por seus parceiros e não conseguem enxergar saída, porque estão sozinhas, com o medo afetando sua percepção de seus próprios limites, antes do pior acontecer, por acreditar no 'como eu te amo', porque tudo que elas queriam era ser amada pelo cara que ela escolheu amar".

Ao G1, Magda disse que há um ano sofreu uma agressão pior de Mobb, mas foi convencida pela família dele a continuar no relacionamento.

"Há um ano ele me deu socos e cotoveladas, bateu minha cabeça diversas vezes na parede e desmaiei. Ele me ameaçou com uma faca. Eu estava tentado impedir ele de sair de casa com meus documentos [após uma discussão]. Ele deu fim nos meus documentos", relatou a estudante.

"Por alguns dias eu deixei de existir, até conseguir tirar todos os documentos de novo. Não tive coragem de apresentar uma queixa, mesmo com provas o suficiente no meu corpo, eu não era mais eu, fui covarde comigo"
A Polícia Civil informou que o caso segue em andamento. O rapper Mobb vai ser intimado a depor. Magda ainda será ouvida novamente na unidade policial.

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