A decisão de substituir a vacina oral poliomielite (VOP), também conhecida como vacina da gotinha, pela vacina inativada poliomielite (VIP) em sua versão injetável no Brasil foi autorizada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e está alinhada com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A previsão é que a VOP seja retirada em todo o país até 4 de novembro.
A mudança foi baseada em critérios epidemiológicos, evidências e diretrizes internacionais. A vacina da gotinha, que contém o vírus enfraquecido, poderia resultar em casos raros de poliomielite derivados da vacina, principalmente em locais com condições sanitárias precárias. Portanto, a utilização da VOP será restrita a situações de controle de surtos, como observado na Faixa de Gaza, no Oriente Médio.
No ano anterior, o Ministério da Saúde já tinha anunciado a transição para a VIP injetável como forma de reforço aplicado aos 15 meses de idade, que antes era administrado de maneira oral. As doses injetáveis já estavam sendo aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação. A dose de reforço contra a poliomielite, antes administrada aos 4 anos, não será mais necessária, uma vez que as quatro doses garantem proteção contra a doença.
Entre os anos de 2019 e 2021, cerca de 67 milhões de crianças no Brasil perderam parcialmente ou totalmente doses da vacinação de rotina. O Zé Gotinha, símbolo da vacinação no país, foi criado pelo artista plástico Darlan Rosa em 1986, quando a poliomielite representava uma ameaça grave para as crianças. Graças a campanhas intensas de vacinação, a doença foi erradicada no Brasil três anos depois.
A decisão de substituir a VOP pela VIP tem como objetivo garantir a eficácia da imunização contra a poliomielite e evitar possíveis complicações associadas ao uso da vacina oral. O Brasil segue as orientações da OMS e busca sempre promover ações de saúde pública que contribuam para a proteção da população, especialmente das crianças.
A mudança para a vacina injetável representa mais um avanço na prevenção de doenças infecciosas no país e reforça a importância da imunização para a manutenção da saúde pública. A transição para a VIP injetável no Brasil é mais um passo na história da vacinação e no combate às doenças infecciosas.