O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta última segunda-feira (4) sobre a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 25, na Avenida Paulista, em São Paulo, e afirmou que foi um ato de um “cidadão” que tentou “dar um golpe” e “pode ser preso”.
Lula da Silva, em entrevista coletiva, criticou duramente a postura de Bolsonaro durante o evento, classificando-o como um ato antidemocrático. O ex-presidente enfatizou que a liberdade de expressão e o direito de manifestação são direitos garantidos pela Constituição, mas ressaltou que há uma diferença entre protestar pacificamente e tentar desestabilizar as instituições democráticas.
“O que vimos no dia 25 foi uma tentativa clara de golpe por parte de um cidadão que se julga acima da lei. Isso é inaceitável em um Estado democrático de direito. Bolsonaro pode ser preso se continuar desrespeitando as regras da democracia e incitando a violência”, afirmou Lula da Silva.
O ex-presidente também fez críticas à postura das autoridades policiais durante a manifestação, alegando que houve omissão diante de atos de vandalismo e desordem. Ele ressaltou a importância de garantir a segurança de todos os cidadãos, independentemente de suas posições políticas, e cobrou uma investigação rigorosa sobre eventuais crimes cometidos durante o protesto.
“É dever das autoridades assegurar a ordem pública e a integridade dos cidadãos. Se houve danos ao patrimônio ou feridos durante a manifestação, é preciso identificar os responsáveis e responsabilizá-los pelos seus atos”, destacou Lula da Silva.
Questionado sobre a possível influência das manifestações de Bolsonaro nas eleições de 2022, o ex-presidente demonstrou confiança na capacidade do povo brasileiro de discernir entre propostas políticas e discursos retóricos. Ele ressaltou que a democracia pressupõe o debate de ideias e a escolha consciente dos eleitores, e pontuou que a polarização política não pode ser usada como justificativa para a violência e a intolerância.
“O que está em jogo nas eleições não é apenas a escolha de um candidato, mas o futuro do país. É fundamental que os eleitores avaliem com critério as propostas apresentadas e não se deixem levar por discursos demagógicos e populistas. A democracia exige responsabilidade e maturidade”, ressaltou Lula da Silva.
Sobre a sua possível candidatura à presidência em 2022, o ex-presidente manteve o mistério e afirmou que está focado em discutir as demandas do povo brasileiro e em fortalecer o campo progressista. Ele reiterou o seu compromisso com a defesa dos direitos sociais e trabalhistas, e destacou a importância de uma gestão transparente e comprometida com o bem-estar da população.
“A minha prioridade é contribuir para a construção de um Brasil mais justo e igualitário. Estou disposto a dialogar com todas as forças políticas que tenham um projeto sério e responsável para o país. Acredito na força do povo brasileiro e na capacidade de superar os desafios que enfrentamos”, concluiu Lula da Silva.
