
Após ser denunciado pela segunda vez por Rodrigo Janot, que se despediu para PGR neste domingo (17), Temer agora se preocupa com uma possível delação de Geddel Vieira Lima.
Preso depois de a Polícia Federal encontrar R$ 51 milhões em apartamento que seria utilizado por ele, o governo já teme uma delação do ex-ministro. Ele foi chefe da Secretaria Geral de Temer e é amigo do presidente, que mais uma vez foi acusado de obstrução de justiça e organização criminosa.
Desde a prisão do ex-ministro, Temer não comentou o fato, mas alguns aliados mais francos admitem que há uma tensão no entorno do presidente. Eles calculam que Geddel pode dizer que agia só ou a serviço de quem estava nessa empreitada milionária.
A relação entre Temer e Geddel já foi mencionada no depoimento de colaboração premiada de Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB na Câmara. Ele chegou a citar que Geddel era “amigo e interlocutor” de Temer, além de “forte arrecadador de doações e propinas”.
De acordo com Funaro, a pedido de Temer, ele pegou, no escritório do assessor especial e amigo íntimo do presidente José Yunes, uma caixa contendo R$ 1 milhão em espécie. A missão era encaminhar o montante a Salvador (BA), aos cuidados de Geddel Vieira Lima.
A informação do doleiro dá força à suspeita de que o partido estava guardando dinheiro “vivo”, na Bahia, com o objetivo de utilizá-lo em campanhas eleitorais.