A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e seus aliados próximos demonstraram descontentamento com a carta escrita por Jair Bolsonaro enquanto se encontra preso. O documento foi lido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na tarde da quinta-feira, dia 25, e reafirma o apoio do ex-presidente à candidatura de seu filho à Presidência da República em 2026.
Conforme relatos de interlocutores, a iniciativa de Flávio foi interpretada como um ato de “egoísmo”, especialmente considerando o delicado estado de saúde de Jair Bolsonaro, que está se recuperando de uma cirurgia. A informação foi divulgada pela jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Segundo a publicação, a carta tinha a mesma intenção de uma entrevista que Jair Bolsonaro deveria conceder ao portal Metrópole na última terça-feira, dia 23. O objetivo de ambos os atos era reforçar a indicação de Flávio como seu candidato à presidência. Além disso, aliados afirmam que Michelle Bolsonaro teve um papel ativo no cancelamento da entrevista, que foi chamada de off por questões de saúde, alegadas pelo ex-presidente.
Esses dois episódios revelam que, embora a decisão de Jair Bolsonaro esteja sendo formalmente mantida, ela não trouxe paz ao núcleo familiar e tampouco resolveu as divergências internas no espectro da direita sobre a viabilidade e a conveniência da candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência em 2026.
O contexto atual demonstra que os laços familiares estão tensos, e a política familiar se entrelaça com a política nacional de forma complexa. A recuperação de Jair Bolsonaro é uma prioridade, mas a ambição política de Flávio não pode ser ignorada. A comunicação entre eles está longe de ser harmoniosa, refletindo um cenário de intrigas e rivalidades que permeiam não apenas a esfera familiar, mas também o campo político brasileiro.
O apoio público de Jair Bolsonaro à candidatura de Flávio poderá, de fato, ser um trunfo nas eleições de 2026, mas a forma como isso é comunicado e recebido pela família e seus aliados é crucial. O tratamento do tema entre os membros da família Bolsonaro reflete as tensões que existem não só entre eles, mas também dentro de suas bases eleitorais. A expectativa é de que os próximos meses revelem se as fissuras internas poderão ser consertadas ou se elas se aprofundarão ainda mais, à medida que a corrida eleitoral se intensificar.
