Autoridades de níveis municipal e estadual expressaram, nesta sexta-feira (26), profundo pesar pela morte de Carmen Oliveira da Silva, carinhosamente conhecida como Mãe Carmen do Gantois. Ela era a ialorixá do Terreiro do Gantois, uma das mais icônicas casas de Candomblé no Brasil. Como filha mais nova de Mãe Menininha do Gantois, Mãe Carmen liderou o terreiro por 23 anos e se destacou como uma das maiores referências da espiritualidade de matriz africana na Bahia.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, enfatizou o legado espiritual, cultural e humano que a ialorixá deixou. Em nota, ele destacou que Mãe Carmen foi uma mulher repleta de sabedoria e amor ao próximo. Sua trajetória não apenas preservou a ancestralidade, mas também promoveu o cuidado com as pessoas, garantindo a continuidade do legado histórico do Gantois.
A vice-prefeita e secretária municipal de Cultura e Turismo, Ana Paula Matos, também se manifestou, ressaltando a importância histórica do Terreiro do Gantois para a capital baiana. Segundo suas palavras, o trabalho de Mãe Carmen fortaleceu a fé, a cultura, a memória e a resistência das tradições afro-brasileiras. Além disso, ela estimulou o diálogo inter-religioso e implementou ações que promovem a formação cultural e social.
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, usou suas redes sociais para lamentar a passagem da ialorixá. Ele destacou a dignidade, a fé e a serenidade com que Mãe Carmen guiou o legado do Gantois, considerando-a uma grande referência espiritual, cultural e humana do estado da Bahia.
Por sua vez, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) emitiu uma nota lamentando o falecimento e enfatizando o papel essencial das lideranças religiosas na preservação das tradições afro-brasileiras. A pasta ressaltou que personalidades como Mãe Carmen são fundamentais para a manutenção da ancestralidade, do acolhimento comunitário e da construção cultural do estado.
O secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, afirmou que Mãe Carmen será lembrada por seu legado de fé, espiritualidade e pela luta em defesa das religiões de matriz africana. Ele garantiu que a continuidade desse legado será assegurada pelos filhos e filhas de santo do Terreiro do Gantois.

