Um relatório elaborado pela Polícia Federal revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta entre 30 e 40 episódios de soluço por minuto. O documento, assinado por quatro médicos peritos da instituição, foi incluído no processo analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a realização de um procedimento cirúrgico para tratar a condição do ex-mandatário.
Jair Bolsonaro está detido desde novembro do ano passado, cumprindo pena por ser um dos líderes da trama golpista que se articulou após as eleições de 2022. O laudo médico, além de servir como suporte técnico para a decisão judicial, não alterou o regime de cumprimento da pena estabelecido para o ex-presidente.
O relatório indica que os episódios de soluço foram observados de forma contínua durante a avaliação clínica. “Notou-se que os episódios de soluços permaneceram durante todo o exame sem qualquer remissão ou melhora, com frequência de aproximadamente 30 a 40 episódios por minuto”, destaca um trecho do documento assinado pelos peritos.
Recomendação de cirurgia
O ex-presidente foi diagnosticado com hérnia inguinal bilateral e deverá passar por um procedimento cirúrgico para tratar a condição. Embora o laudo mencione a existência de alternativas conservadoras de tratamento, a equipe médica apontou a intervenção cirúrgica como a opção mais adequada, considerando o quadro clínico apresentado.
“Apesar de existir uma possibilidade segura de tratamento não operatório (conservador/‘espera vigilante’), a maioria dos cirurgiões recomenda a intervenção cirúrgica ao se descobrir uma hérnia inguinal, pois sua história natural é de aumento progressivo e enfraquecimento da parede circundante – com potencial complicação de encarceramento e estrangulamento. Além disso, a morbidade e mortalidade pós-operatória são baixas”, afirmam os médicos no laudo.
Prisão domiciliar negada
Na sexta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes decidiu negar o pedido da defesa para que Bolsonaro pudesse cumprir prisão domiciliar. Apesar da negativa, o magistrado autorizou a realização da cirurgia recomendada pela perícia médica, demonstrando preocupação com a saúde do ex-presidente.
Jair Bolsonaro cumpre uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, atualmente na sede da Superintendência da Polícia Federal. A situação do ex-mandatário segue gerando repercussões, tanto no âmbito jurídico quanto político, enquanto ele aguarda a realização do procedimento cirúrgico.

