Uma pesquisa realizada pela Quaest e divulgada nesta quarta-feira (17) revela que 47% dos eleitores se opõem ao projeto de lei da dosimetria, que propõe a redução das penas para aqueles condenados pela tentativa de golpe de Estado. Este projeto já recebeu aprovação da Câmara dos Deputados e atualmente está sob análise do Senado Federal.
De acordo com o levantamento, 24% dos entrevistados apoiam a redução prevista no projeto, enquanto 19% defendem que as penas deveriam ser ainda mais brandas. Outros 10% dos participantes não souberam ou optaram por não responder à questão.
Quando questionados sobre a motivação por trás da proposta, 58% dos entrevistados acreditam que o projeto foi concebido para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para 30%, a redução de penas se aplicaria a todos os condenados, e 12% não souberam opinar. O impacto da aprovação do texto pode ser significativo: a pena de Bolsonaro, que atualmente é de 27 anos, poderia ser reduzida para aproximadamente 20 anos, com a diminuição do tempo a ser cumprido em regime fechado, que passaria de seis anos para apenas dois anos e quatro meses.
A pesquisa também abordou a percepção da população sobre a anistia aos condenados pela tentativa de golpe. A maioria dos entrevistados, 44%, manifestou-se contrária a qualquer forma de anistia, um número que apresenta uma leve queda dentro da margem de erro em comparação ao levantamento realizado em outubro. Em contrapartida, 36% dos participantes defendem a anistia para todos os condenados, incluindo Bolsonaro, enquanto 10% apoiam a anistia apenas para aqueles envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.
Este levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas entre os dias 11 e 14 de dezembro. A pesquisa possui uma margem de erro de dois pontos percentuais, o que a torna uma ferramenta relevante para entender a opinião pública sobre questões tão delicadas e polêmicas.
A discussão em torno do projeto de lei da dosimetria e da anistia é um reflexo do sentimento da sociedade em relação às recentes crises políticas. A divisão de opiniões pode influenciar não apenas o debate legislativo, mas também futuras eleições e a trajetória política do país. Com a análise do Senado se aproximando, as próximas semanas prometem ser decisivas para o futuro das penas estabelecidas e para a forma como a justiça será aplicada no contexto político brasileiro.

