Entidades criticam a exclusão da imprensa na Câmara dos Deputados

Por Redação
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Entidades que defendem os jornalistas e associações de veículos de comunicação emitiram notas de repúdio em relação ao incidente que envolveu a retirada e agressão a profissionais da imprensa na Câmara dos Deputados, ocorrido na tarde desta terça-feira (9).

No início da sessão, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a presidência da Casa como forma de protesto, após o presidente, Hugo Motta (Republicanos – PB), anunciar que levaria ao plenário o pedido de cassação do parlamentar. A situação se agravou quando agentes da Polícia Legislativa Federal retiraram Glauber Braga à força.

Durante esse tumulto, o sinal da TV Câmara, que transmitia a sessão ao vivo, foi abruptamente cortado, e jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e assessores de imprensa foram expulsos do Plenário da Câmara pelos agentes. Essa ação provocou indignação entre os profissionais da comunicação presentes no local.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) classificaram o cerceamento do trabalho da imprensa como “extremamente grave”, ressaltando a importância da liberdade e do direito à informação para a população brasileira. As entidades também mencionaram episódios anteriores de agressões físicas a jornalistas e exigiram esclarecimentos do presidente da Casa.

“Não podemos permitir que medidas autoritárias, reminiscentes de um período não muito distante durante a ditadura militar, sejam normalizadas e se repitam em nosso Congresso Nacional – que deveria ser a Casa do povo e não um espaço destinado a atacar os direitos da população. Permanecemos vigilantes e acompanhamos de perto os desdobramentos desse lamentável e absurdo episódio”, criticaram os representantes.

Além disso, em uma manifestação conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) também condenaram o cerceamento do trabalho jornalístico. “O impedimento da atuação de jornalistas e o corte do sinal da TV Câmara são incompatíveis com o exercício da liberdade de imprensa”, afirmaram em nota. As entidades solicitaram uma apuração rigorosa das responsabilidades para que práticas intimidatórias como essa não se repitam, assegurando assim a preservação dos princípios da Constituição Brasileira, que proíbe explicitamente a censura.

Relatos e imagens documentam a ação violenta dos policiais legislativos contra repórteres, cinegrafistas e fotógrafos que apenas buscavam realizar seu trabalho. Alguns profissionais precisaram de atendimento médico devido às agressões, que incluíram puxões, cotoveladas e empurrões fortes.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) também se manifestou contra o episódio. “Conforme reportagens nos principais portais de notícias, a TV Câmara teve seu sinal cortado às 17h34, exatamente quando os jornalistas começaram a ser removidos do plenário. No entanto, as imagens da brutalidade foram capturadas por outros parlamentares e por pessoas que permaneceram no local, rapidamente se tornando destaque nos principais portais de notícias”, relataram. Com informações da Agência Brasil.

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