União Brasil expulsa ministro Celso Sabino por apoio ao governo Lula

Por Redação
3 Min

O União Brasil tomou a decisão de expulsar o ministro do Turismo, Celso Sabino, nesta segunda-feira, dia 8, em resposta ao descumprimento por parte do parlamentar de uma ordem da sigla, que exigia que todos os filiados com mandato se afastassem do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa determinação, emitida em setembro, visava especificamente Sabino, enquanto mantinha a proteção a indicados do partido que não ocupavam cargos eletivos.

A situação se tornou ainda mais tensa após o ministro ter entregue, e posteriormente retirado, uma carta de demissão ao Palácio do Planalto. No final de novembro, o Conselho de Ética do partido recomendou sua expulsão e decidiu pela dissolução do diretório do Pará, que era presidido por Sabino. A decisão foi formalizada pela cúpula partidária nesta segunda-feira, por volta das 15h.

O desgaste interno aumentou em decorrência de reportagens veiculadas pelo ICL e pelo UOL, que trouxeram à tona acusações de um piloto contra o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, que foi apontado como suposto proprietário de aviões supostamente utilizados pelo PCC — uma acusação que ele nega veementemente. Os dirigentes da sigla interpretaram a cobertura midiática como uma interferência do governo na investigação, uma vez que um dos jornalistas envolvidos também apresentava um programa na TV Brasil.

Pressionado por essa situação, Sabino tentou permanecer no cargo, especialmente por conta da relevância política que a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, representaria para o Pará. Como deputado federal licenciado, ele via esse evento como uma oportunidade valiosa para alavancar sua imagem e a de seu estado.

Entretanto, a relação entre Rueda e o governo já estava deteriorada antes desse episódio. O presidente Lula chegou a manifestar publicamente seu descontentamento com as posições do dirigente, que se alinha à centro-direita e defende uma candidatura própria do bloco em 2026. As tensões aumentaram ainda mais após a escolha de Jorge Messias para o STF, uma decisão que contrariou os interesses do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, uma figura essencial para a articulação do partido com o Planalto.

Após esses acontecimentos, Alcolumbre intensificou o confronto político ao pautar matérias consideradas explosivas para o orçamento federal, o que aumentou a fricção entre o Congresso e o Executivo. Esse embate revela um panorama complexo e conturbado para o União Brasil, colocando em cheque a unidade e a estratégia do partido em um momento crucial para a política nacional.

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