Flávio Bolsonaro considera recuar de candidatura se houver anistia STF

Por Redação
3 Min

Após dois dias da confirmação de que seria o candidato à Presidência em 2026, escolhido por seu pai, Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) indicou que pode reconsiderar sua posição na corrida presidencial. Ao deixar um culto evangélico em Brasília, no último domingo (7), o parlamentar revelou que existe um “preço” a ser pago caso decida abrir mão de sua candidatura.

“Há a possibilidade de eu não ir até o fim, e eu tenho um preço para isso, que vou negociar. Ao longo desta semana, vou comunicar o que penso sobre essa questão”, afirmou Flávio.

O senador enfatizou que sua potencial desistência está interligada ao movimento em direção a uma anistia para os condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à sua participação na tentativa de golpe, uma medida que beneficiaria diretamente o ex-presidente, atualmente encarcerado.

“Espero que nesta semana a anistia seja pautada. Desejo que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram suas promessas de levar essa questão a votação, deixando o debate ocorrer no plenário, que é o que sempre quisemos”, declarou.

Flávio também mencionou que se reunirá nesta segunda-feira (8) com Valdemar Costa Neto (PL), Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) para buscar entender melhor a visão das legendas sobre sua candidatura. Além disso, ele tem a intenção de convidar o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, partido ligado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é visto como a escolha preferencial do centrão.

“Já tomamos algumas iniciativas para que todos pudessem assimilar essa notícia [da pré-candidatura]. Reconheço que pegou muitos de surpresa e não era o que a maior parte da classe política esperava”, disse ele.

Ceticismo

Dirigentes do centrão já especulavam sobre uma possível desistência do senador. Para as lideranças desse bloco, o anúncio da pré-candidatura teria sido mais uma estratégia para preservar a relevância política do bolsonarismo, especialmente diante da prisão de Jair Bolsonaro e sua inelegibilidade, que perdura desde 2023.

A avaliação predominante entre os caciques partidários é de que Flávio não possui a capacidade de articulação necessária para unificar os partidos PL, PP, Republicanos, União Brasil e PSD em torno de sua candidatura. Esse movimento, segundo esses líderes, poderia ser mais facilmente realizado com Tarcísio, que é visto como um candidato mais competitivo em uma eventual disputa contra Lula (PT) pelo Planalto.

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