Uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha revela que a avaliação do governo Lula permanece estável, após um período de intensa tensão política. De acordo com o levantamento, 32% da população considera a gestão ótima ou boa, enquanto 30% a classificam como regular e 37% a veem como ruim ou péssima. Esses números estão muito próximos dos registrados na rodada anterior, evidenciando uma recuperação tímida que se esvaiu em um contexto repleto de mudanças tanto no cenário político nacional quanto internacional.
No Congresso, Lula enfrenta desafios, especialmente no Senado, onde as relações com o senador Davi Alcolumbre se deterioraram em meio à indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal. Enquanto isso, a direita atravessa um momento de crise interna. O ex-presidente Jair Bolsonaro acumula reveses judiciais e encontra-se preso, o que gera um cenário propício para a disputa pela sua sucessão política. A declaração de Flávio Bolsonaro como pré-candidato não conseguiu, no entanto, unificar o campo oposicionista, mantendo-o fragmentado, com outros nomes, como Tarcísio de Freitas, também ganhando destaque.
Apesar dos impasses enfrentados, o governo celebra a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, uma medida que conseguiu elevar a aprovação entre trabalhadores de renda intermediária. Entretanto, a imagem pessoal de Lula se mostra mais robusta do que a do governo em si: 49% da população aprova seu desempenho individual. A avaliação positiva do presidente é mais forte entre os idosos, nordestinos e entre aqueles com menor escolaridade. Por outro lado, a rejeição ao governo cresce entre pessoas de renda mais alta, evangélicos e moradores da região Sul do Brasil.
A pesquisa do Datafolha insere-se em um contexto de instabilidade política que continua a moldar o cenário nacional. O desgaste nas relações entre o governo e o Congresso, somado às dificuldades enfrentadas pela oposição, revelam um ambiente político desafiador para todos os lados envolvidos. Nesse panorama, a capacidade de Lula em manter um diálogo aberto com diferentes setores da sociedade e a habilidade da oposição em se unificar serão fatores cruciais para o futuro político do país. Com informações do jornal O Globo.

