O Supremo Tribunal Federal (STF) dará continuidade, nesta terça-feira (18), ao julgamento do denominado Núcleo 3 da tentativa de golpe que é atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os réus, destaca-se o policial federal baiano Wladimir Matos Soares, que recebeu autorização para acompanhar a sessão presencialmente, conforme informações veiculadas pela revista Carta Capital.
Este grupo é formado por nove oficiais de alta patente das Forças Armadas e um agente da Polícia Federal, que enfrentarão o tribunal em três sessões dedicadas aos votos dos ministros — programadas para a manhã e a tarde de hoje, além da manhã de amanhã (19). Os réus respondem por diversas acusações, que incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, será o responsável por iniciar os votos. Em seguida, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e o presidente do colegiado, Flávio Dino, darão suas manifestações. Caso os réus sejam condenados, o processo seguirá para a fase de dosimetria, na qual será calculada a pena individual para cada um dos acusados. Na semana passada, a Primeira Turma do STF concluiu as sustentações orais apresentadas tanto pela Procuradoria-Geral da República quanto pelas defesas dos réus.
Réus do Núcleo 3:
- Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general da reserva
- Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército
- Márcio Nunes de Resende Jr., coronel do Exército
- Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército
- Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército
- Ronald Ferreira de Araújo Jr., tenente-coronel do Exército
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército
- Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal
A sociedade acompanha com expectativa o desenrolar desse julgamento, que pode estabelecer precedentes significativos para o futuro político do Brasil. A gravidade das acusações e a posição dos réus, majoritariamente vinculados a instituições de defesa do país, ressaltam a importância do processo para a manutenção da ordem democrática e do Estado de Direito. A defesa dos réus já sinalizou que pretende contestar as acusações, argumentando que as ações atribuídas a eles não constituem crime sob a legislação brasileira. Assim, o debate no STF promete ser acalorado e repleto de implicações para o cenário político nacional.
