O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que o Projeto de Lei Antifacção será submetido à votação no plenário nesta terça-feira (18). Essa decisão traz expectativas de resolução para um tema que se tornou central no debate legislativo recente.
Inicialmente, a análise do texto, que conta com o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) — que também é secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo — estava prevista para a semana passada. Entretanto, a votação foi adiada em duas ocasiões devido a intensos embates entre governo e oposição, que polarizaram as discussões.
O projeto, que foi apresentado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já passou por quatro versões sob a relatoria de Derrite. Essa proposta visa endurecer as regras contra organizações criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho, mas enfrenta uma forte resistência, especialmente entre os parlamentares da base governista.
A tensão aumentou após uma reunião de líderes realizada na terça-feira (11), durante a qual um confronto direto ocorreu entre Hugo Motta e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Os petistas levantaram críticas em relação à escolha de Derrite para relatar o projeto, com Lindbergh acusando Motta de cometer um “furto com abuso de confiança” ao entregar a relatoria a um deputado da oposição, o que gerou um clima ainda mais tenso no Legislativo.
O clima de disputa se intensificou à medida que os debates avançavam, refletindo a polarização política que caracteriza o atual cenário na Câmara dos Deputados. A votação desta terça-feira é esperada como um momento decisivo para o futuro do PL, que se tornou um dos principais pontos de tensão entre os parlamentares nas últimas semanas. A proposta, além de ser fundamental para o combate ao crime organizado, também é um teste da capacidade de articulação política do governo e da resistência da oposição.
Os próximos passos na Câmara podem definir não apenas a eficácia das políticas de segurança pública, mas também o nível de cooperação entre os diferentes setores da política nacional. A aprovação da proposta poderá sinalizar um avanço nas ações contra o crime organizado, enquanto sua rejeição poderá intensificar as divisões já existentes e dificultar futuros entendimentos entre governo e oposição.

