A Primeira Turma do STF estabeleceu uma maioria para tornar o deputado federal Eduardo Bolsonaro réu por coação no curso do processo, em decorrência de uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. A acusação revela que o parlamentar realizou esforços nos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras, utilizando sanções como ferramenta, numa tentativa de intervir em julgamentos que envolvem seu pai, Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe. Além disso, a denúncia menciona o influenciador Paulo Figueiredo, cujo caso foi desmembrado.
O cerco judicial em torno da família Bolsonaro se intensifica em um momento em que a pressão aumenta para que a direita defina seu candidato à Presidência em 2026. Setores da centro-direita têm apontado o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como uma alternativa mais competitiva frente ao ex-presidente Lula. Entretanto, o clã Bolsonaro trabalha para manter a família na corrida eleitoral, e Eduardo chegou a manifestar apoio publicamente ao irmão, Flávio Bolsonaro, como candidato.
Com a decisão do Supremo, será instaurada uma ação penal que examinará o mérito da acusação. O relator, Alexandre de Moraes, afirmou em seu voto que existem indícios suficientes da prática do crime. Ele destacou que Eduardo buscou criar um ambiente de intimidação ao articular sanções americanas contra autoridades brasileiras, incluindo restrições de vistos e tarifas. Além disso, Moraes ressaltou que o deputado procurou influenciar discussões sobre uma possível anistia a Jair Bolsonaro.
No âmbito político, Eduardo Bolsonaro intensificou suas publicações nas redes sociais, sugerindo o nome de Flávio Bolsonaro como candidato para 2026, o que se contrapõe ao apoio que partidos como PSD e PP têm demonstrado a Tarcísio de Freitas. Ele também tem defendido a importância de manter o “sobrenome Bolsonaro” nas urnas, reforçando o alinhamento com seu irmão. Nas últimas semanas, a parceria entre os irmãos se fortaleceu, e ambos planejam viagens e movimentos conjuntos, enquanto o cenário eleitoral permanece indefinido. Com informações do jornal O Globo.

