Clima tenso na Câmara Municipal
Após a aprovação de dois projetos do prefeito Bruno Reis (União) que abordam o sombreamento das praias e modificações na Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos), um grupo de vereadores decidiu se unir para formar uma comissão com o objetivo de monitorar de perto as propostas de maior impacto. Essa iniciativa gerou descontentamento entre alguns membros da Casa, especialmente o presidente Carlos Muniz (PSDB), que foi criticado por, supostamente, discutir as propostas apenas com o Palácio Thomé de Souza, sem incluir todos os vereadores nas deliberações.
Divisão entre os vereadores
Entre os críticos dessa abordagem estão os vereadores que são aliados de Carlos Muniz, como Maurício Trindade (PP), Sidninho (PP), Rodrigo Amaral (PSDB), Daniel Alves (PSDB) e Alexandre Aleluia (PL). Por outro lado, novos vereadores, como Jorge Araújo (PP) e Sandro Filho (PP), além de políticos mais experientes, como Cézar Leite (PL) e George Gordinho da Favela (PP), expressaram sua insatisfação por não serem incluídos nas discussões sobre os projetos em pauta.
Rotulagem negativa para Aleluia
Apoiadores de Alexandre Aleluia demonstraram desapontamento com o relatório apresentado pelo vereador, que propôs o arquivamento do requerimento de quebra de decoro contra Hamilton Assis (PSOL). Assis foi acusado de ser um dos responsáveis por tumultos durante a greve dos servidores no Centro Cultural da Câmara de Salvador. O único a sugerir alguma medida punitiva, como uma advertência, foi o vereador Cláudio Tinoco (União). Como resultado, Aleluia acabou sendo rotulado de “fujão” por parte de seus eleitores mais conservadores.
Jogos de bastidores
Hamilton Assis tinha conhecimento do arquivamento do requerimento antes mesmo da votação no Conselho de Ética, realizada no dia 22 de setembro. Ele participou da reunião sem advogado, mas, ao ouvir a leitura do parecer de Tinoco, pediu que um defensor fosse chamado, o que causou certa agitação no ambiente da reunião. A cena foi marcada por constrangimento, e Tinoco foi o único a se abster de votar, fazendo com que a situação não avançasse para uma decisão mais contundente.
Retratação nas redes sociais
Geddel Vieira Lima (MDB), ex-ministro, fez um “mea culpa” nas redes sociais após criticar frequentemente o goleiro Ronaldo do Esporte Clube Bahia. Após uma atuação destacada do goleiro contra o Bragantino, Geddel comparou-o ao icônico Gordon Banks, que defendeu um gol de Pelé em 1970. Alguns seguidores questionaram se ele também iria se retratar em relação à sua atuação na política.
Movimentações políticas
Depois da filiação do prefeito de Santa Maria da Vitória, Tonho de Zé de Agdônio, ao MDB, o deputado estadual Manuel Rocha (União) intensificou seus esforços para promover a candidatura de Bete de Zé de Agdônio, irmã do prefeito e pré-candidata a deputada estadual. Essa movimentação é estratégica para garantir o apoio de Tonho, que recentemente saiu do União Brasil, visando a própria candidatura de Manuel à Câmara Federal em 2026.
Relações pessoais em jogo
Além de trabalhar para alavancar a candidatura de Bete, Manuel Rocha aposta na sua relação pessoal com Jayme Vieira Lima, presidente estadual do MDB, para evitar que o emedebista, também pré-candidato a deputado federal, tente conquistar o apoio do prefeito Tonho de Zé de Agdônio. A relação entre eles remonta a tempos em que Jayme atuava como advogado de Manuel.
Expectativas em relação ao governador
Por fim, o ex-deputado e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Nelson Pelegrino, foi questionado sobre quando o governador Jerônimo Rodrigues (PT) preencherá a vaga deixada pelo aposentado Mário Negromonte na Corte. Com um toque de humor, Pelegrino respondeu que “quem sabe?” e insinuou que o governador deve estar aguardando uma “iluminação divina” para tomar essa decisão.
