Lula recebe orientação para evitar improvisos em segurança pública

Por Redação
3 Min

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu uma nova orientação de sua equipe de comunicação: evitar discursos improvisados sobre segurança pública. Essa recomendação, apurada pela CNN, visa impedir que declarações espontâneas do presidente se tornem armas para a oposição, especialmente em um momento em que o tema deve ganhar destaque no debate eleitoral de 2026.

Aliados citam como exemplo um incidente ocorrido durante a viagem de Lula à Indonésia, quando ele afirmou que “traficantes são vítimas de usuários”. Embora o presidente tenha se retratado logo em seguida, alegando que a frase foi “mal colocada”, essa citação continua a ser utilizada pelos adversários políticos nas redes sociais.

A avaliação entre os assessores é que Lula deve priorizar falas preparadas e revisadas previamente, evitando assim interpretações controversas que possam reforçar a narrativa de que a esquerda age com conivência em relação ao crime organizado.

A orientação ganhou ainda mais relevância após a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na última terça-feira (28), que resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais. Desde então, Lula tem se manifestado exclusivamente por meio das redes sociais sobre o tema. No X (antigo Twitter), o presidente declarou que havia determinado ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e ao diretor-geral da Polícia Federal que se reunissem com o governador Cláudio Castro (PL) para acompanhar as ações de segurança pública no estado.

“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”, escreveu Lula.

Estratégia de comunicação

Nos bastidores, auxiliares afirmam que essa estratégia busca “não morder a isca” da oposição, que tenta associar o governo a uma suposta tolerância em relação ao crime. A comunicação do Planalto deve enfatizar pautas positivas, como os investimentos federais em integração das forças de segurança, inteligência e combate ao tráfico de armas, enquanto limita improvisos e declarações emocionais em eventos públicos.

Com essa abordagem, a equipe de Lula acredita que poderá evitar armadilhas políticas enquanto trabalha para apresentar resultados concretos no enfrentamento da segurança pública, um tema cada vez mais central na agenda nacional.

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