No contexto do impasse que permeia a base aliada do governo da Bahia em relação à formação de uma possível chapa “puro-sangue” do PT para as eleições de 2026, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), propôs que a escolha do candidato ao Senado seja precedida por uma pesquisa eleitoral. A sugestão foi feita durante uma entrevista à Rádio 93 FM, de Jequié, no Sudoeste baiano, na última sexta-feira (24).
De acordo com Rui, esse levantamento teria como objetivo identificar o nome mais bem colocado entre os integrantes da base, evitando, assim, possíveis disputas internas. No entanto, essa proposta pode favorecer o próprio ministro, que aparece nas lideranças das sondagens já divulgadas. “Em muitos municípios, quando existem mais de um pretendente na base de um grupo político, costuma-se fazer um acordo. Aí se diz: ‘vamos realizar uma pesquisa’. Quem estiver melhor posicionado é o candidato. Às vezes, esse arranjo se concretiza. Vamos concordar: ‘Quem liderar as pesquisas é o escolhido’. Isso pode ser uma solução”, declarou Rui Costa.
A sugestão reacende o debate sobre a formação de uma chapa exclusiva de petistas, uma possibilidade que excluiria o atual senador Angelo Coronel (PSD), que já confirmou sua intenção de concorrer à reeleição. Nesse cenário, a composição da chapa incluiria Rui Costa, o senador Jaques Wagner e o governador Jerônimo Rodrigues, todos do PT.
Em um tom leve, Rui também admitiu que se “auto convidou” para um jantar na residência de Coronel. O encontro contou com a participação do senador Otto Alencar e do deputado federal Diego Coronel, ambos do PSD. O senador Otto, que é presidente do partido na Bahia, tem defendido que as discussões eleitorais sejam iniciadas apenas a partir de março de 2026. Essa posição sugere um tempo de espera para que as definições se consolidem, enquanto os ânimos dentro da base aliada se ajustam.
