O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar, em breve, a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é que esse anúncio ocorra antes de sua viagem à Indonésia e à Malásia, programada para a próxima terça-feira (21), conforme informações publicadas pela Folha de S. Paulo.
Além da indicação de Messias, o presidente também deve formalizar a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para chefiar a Secretaria-Geral da Presidência. O atual titular da pasta, Márcio Macêdo, já recebeu a notificação sobre sua saída e deverá assumir outra função dentro do governo.
Conforme relatado pela Folha, assessores próximos a Lula indicam que o presidente planeja oficializar as mudanças ainda na segunda-feira (20). O presidente embarca na terça-feira para participar da 47ª Cúpula das Associações do Sudeste Asiático (ASEAN), e retornará ao Brasil apenas no dia 28.
A indicação de Jorge Messias havia sido cogitada para ser anunciada na sexta-feira (17), mas o presidente decidiu adiar essa decisão. Essa escolha foi postergada em razão do aviso de que o ministro Luís Roberto Barroso apresentaria seu voto na ADPF 422, uma ação judicial que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Assim, Lula preferiu aguardar o desfecho desse importante julgamento.
Na noite de sexta-feira, Lula teve um jantar com Barroso no Palácio da Alvorada, onde conversaram sobre possíveis nomes para a sucessão no Supremo. Desde que Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada, Messias se consolidou como o favorito, embora enfrente resistência de alguns ministros da Corte, que manifestam preferência pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Jorge Messias, considerado um homem de confiança de Lula, se tornou uma referência jurídica fundamental para o governo. O presidente frequentemente consulta Messias em decisões significativas, que vão além do âmbito jurídico, abrangendo também questões políticas. O fortalecimento de sua posição se deu após o afastamento do ministro Flávio Dino, um dos principais opositores de sua indicação ao STF.
Durante o período de transição do governo, Jorge Messias se destacou ao coordenar a equipe jurídica responsável pela reestruturação da Esplanada dos Ministérios e pela elaboração do orçamento federal para 2023. Sua atuação nesse contexto o tornou uma figura central nas decisões estratégicas do governo.
