Na última sexta-feira (17), o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, deram um passo significativo para a mobilidade urbana de Salvador e Região Metropolitana ao autorizar a convocação da empresa vencedora da licitação para a implantação dos sistemas de telecomunicações, sinalização e controle do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A agenda conjunta incluiu uma visita às obras dos Lotes 1 e 2, iniciando pelo Pátio da Calçada. Essa iniciativa, que está sendo executada pela Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), representa uma nova fase no projeto, que já conta com mais de dois mil trabalhadores e um investimento total de R$ 5,4 bilhões.
As intervenções estão avançando em ritmo acelerado e se consolidam como um marco para a capital baiana. O primeiro trecho, que liga a Calçada à Ilha de São João, já alcançou 40% de avanço físico, enquanto o segundo trecho, que vai de Paripe a Águas Claras, atingiu 20%. O governador Jerônimo destacou que o VLT está transformando o Subúrbio Ferroviário e a Cidade Baixa em áreas modernas e valorizadas. “Salvador se posiciona como uma cidade contemporânea, com metrô, VLT e, em breve, a Ponte Salvador-Itaparica. Estas obras impactam o cotidiano e fortalecem a economia local”, afirmou o governador.
O VLT faz parte de um conjunto de grandes intervenções que estão remodelando o território da capital. Segundo Jerônimo, a expectativa é que os primeiros trens cheguem ainda este ano, possibilitando o início da fase de testes. “A execução do VLT está integrada a outras ações de infraestrutura, como a requalificação da Feira de São Joaquim, a recuperação do comércio aos arredores, serviços de macrodrenagem e investimentos em turismo e urbanização”, completou Jerônimo, acompanhado pela secretária de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira, e pelo presidente da CTB, Eracy Lafuente, além de outras autoridades.
Protagonismo e integração
A Bahia mantém seu protagonismo nacional em investimentos públicos significativos, ocupando a terceira posição no país em volume aplicado em mobilidade urbana. O ministro Rui Costa destacou que o Estado se destaca pela capacidade de execução e pelo planejamento integrado entre os governos federal e estadual. “Além do VLT, um conjunto de intervenções está transformando Salvador e a Região Metropolitana — como a Ponte Salvador-Itaparica, o novo Hospital Metropolitano, a requalificação de encostas e avenidas estruturantes e a ampliação da rede escolar — tudo isso garantindo mais qualidade de vida e desenvolvimento econômico”, afirmou Rui.
Emprego e oportunidades
As obras do VLT estão gerando emprego para cerca de 2.200 trabalhadores, movimentando o setor da construção civil e proporcionando renda para centenas de famílias. A pedreira Bianca Oliveira, 27 anos, que atua há sete meses na obra, compartilhou que seu trabalho representa uma virada pessoal e profissional, especialmente com o aumento de oportunidades em Salvador. “Antes era difícil, mas hoje em dia, com o VLT e outras obras, não está complicado encontrar trabalho. Eu gosto do que faço e estou buscando melhorar a cada dia”, disse.
O fortalecimento do setor também atrai o interesse de empresas internacionais. O consórcio responsável pelos sistemas de controle e telecomunicações do VLT iniciou negociações com a companhia chinesa CRRC, uma das maiores do mundo em tecnologia ferroviária. O empresário Márcio Mizukami explicou que a parceria visa elevar o nível técnico e operacional do sistema baiano, garantindo eficiência e segurança. “A comitiva chinesa veio a Salvador para apresentar soluções, tecnologia e avaliar futuras parcerias, especialmente nas áreas de sinalização e controle”, afirmou.
O impacto do VLT também é perceptível para os moradores e comerciantes nas comunidades próximas às obras. Jean dos Santos Silva, comerciante e morador do Lobato, que vende acarajé na região, expressou sua expectativa. Ele normalmente busca ingredientes para seu negócio na Feira de São Joaquim. “É muito trabalho ir até o comércio para comprar as coisas, o transporte é ruim. Com o VLT, será melhor para todos, tanto para o comércio quanto para quem vive do trabalho”, comentou.