O ex-deputado federal e presidente do partido Novo na Bahia, José Carlos Aleluia, fez críticas incisivas ao governo Lula (PT) após o apagão nacional que deixou o Brasil sem energia na madrugada da última terça-feira (14). Com formação em engenharia elétrica e uma trajetória que inclui a direção da Coelba e a presidência da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), ele afirmou que o incidente “evidencia o quanto o sistema elétrico brasileiro está operando no limite” e denunciou o “abandonado das políticas estruturantes voltadas para a geração e reservatórios hídricos”.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o blecaute foi desencadeado por um incêndio em uma subestação no Paraná, resultando no desligamento temporário de linhas de transmissão que interligam o Sul e o Sudeste do país. No entanto, Aleluia argumentou que o problema é muito mais profundo: “O sistema possui energia, mas carece de potência. Existem momentos em que sobra energia, mas falta capacidade de geração controlada. A produção excessiva proveniente de fontes intermitentes, como solar e eólica, não atende à demanda quando o país realmente precisa”, criticou.
O ex-parlamentar, que se posiciona como pré-candidato a governador da Bahia, ressaltou que o modelo energético atual prioriza fontes alternativas sem os investimentos necessários em tecnologia que garantam a estabilidade da rede. “O mundo está passando por um processo de eletrificação, e o Brasil não se preparou para essa transição. Embora as fontes alternativas sejam bem-vindas, elas requerem sistemas operativos que ainda não desenvolvemos. O sol e o vento não são controláveis. Por outro lado, a energia hidráulica permite um controle simples, como a abertura de uma válvula. O cerne do problema reside no fato de que o PT desmantelou o setor ao promover a construção de usinas sem reservatórios desde o governo Dilma”, pontuou.
Aleluia foi ainda mais crítico ao se referir à atuação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a quem atribuiu parte significativa da paralisia do setor energético. “O recente apagão expõe a fragilidade do sistema elétrico, que vê em Marina Silva o seu principal entrave. Ela representa um retrocesso no setor. Além de despreparada, atua de forma mal-intencionada. Não defende os interesses nacionais, mas sim os de ONGs internacionais. Em razão dela, o Brasil enfrenta dificuldades para explorar seu potencial em petróleo, gás e hidroeletricidade”, afirmou.
Para o ex-deputado, o apagão foi “localizado, mas sua repercussão foi exagerada, especialmente devido à fragilidade do sistema”. Ele alertou que o Brasil vem perdendo competitividade, enquanto países como a China “avançam com investimentos em ritmo acelerado”. “Se o governo já enfrenta problemas, a presença de uma figura como Marina Silva transforma a área de energia em um verdadeiro caos”, resumiu.
Aleluia destacou que o Congresso está discutindo alternativas para fortalecer o setor energético, mas cobrou um planejamento técnico que priorize a eficiência em detrimento da ideologia. “O Brasil precisa de um modelo que una segurança, previsibilidade e eficiência. Questões de energia não devem ser tratadas como pautas ideológicas, mas sim como a base fundamental para o desenvolvimento”, concluiu.