O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado Tiago Correia (PSDB), manifestou sua reprovação em relação à aprovação do projeto enviado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), que estabelece a Secretaria Especial da Ponte Salvador-Itaparica. O texto, que recebeu votos contrários da oposição, foi aprovado nesta terça-feira (14) e prevê a criação de 33 novos cargos. Essa medida acarretará uma despesa de R$ 1,4 milhão ainda em 2023, com um aumento projetado para R$ 5,1 milhões em 2026 e R$ 5,2 milhões em 2027.
“Para que criar mais uma estrutura para gerenciar algo cujo início das obras ainda é incerto? Estamos profundamente preocupados, pois isso representa um custo adicional para a sociedade e mais um cabide de emprego, sem que tenhamos clareza sobre quem ocupará essas funções. No final, o que se vê são mais cargos e mais gastos, enquanto as verdadeiras prioridades são negligenciadas”, declarou Tiago Correia durante seu discurso contra a aprovação da proposta.
O parlamentar prosseguiu, afirmando que “este projeto de lei foi apresentado em um momento inadequado. Temos uma ponte cuja inauguração foi prometida em 2013 pelo então governador Jaques Wagner. Depois, o governador Rui Costa também fez promessas durante seus oito anos de mandato, mas nada foi concretizado. Agora, o governador Jerônimo reitera essa mesma promessa”.
Tiago Correia também destacou que a decisão do governo mostra uma clara desconexão com a realidade enfrentada pela Bahia, que lida com sérios problemas em áreas fundamentais. “A Bahia possui cinco das dez cidades mais violentas do Brasil, registra a segunda pior educação do país e apresenta o maior número de analfabetos adultos. Mesmo assim, o governador considera que a prioridade é criar mais cargos e despesas para uma obra que sequer começou”, enfatizou.
As palavras do deputado refletem a frustração da oposição em relação às ações do governo estadual, que, segundo eles, não aborda as questões urgentes que afligem a população. A criação da nova secretaria, portanto, é vista como um desvio de foco, priorizando a burocracia em detrimento de soluções para problemas críticos, como a violência e a educação, que afetam milhares de baianos diariamente.
A aprovação do projeto não apenas gera gastos desnecessários, mas também levanta questionamentos sobre a eficiência das gestões anteriores e a atual. A expectativa de um progresso real na infraestrutura do estado, como a construção da ponte, continua a ser uma promessa distante, enquanto a população aguarda medidas eficazes que realmente melhorem suas condições de vida.
