O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitará a Bahia na próxima quinta-feira, dia 9, com o objetivo de anunciar um novo ciclo de investimentos significativos para o estado. Durante sua estadia, ele participará da inauguração da nova fábrica da BYD em Camaçari e, segundo fontes próximas, revelará a encomenda de seis embarcações pela Petrobras, que serão construídas no Estaleiro Enseada, localizado em Maragogipe, na região do Recôncavo. O investimento total projetado atinge a marca de R$ 3 bilhões, o que se traduz na expectativa de geração de mais de 5,4 mil empregos diretos e indiretos.
Essas embarcações, cuja entrega está prevista para o período entre o final do primeiro semestre e o início do segundo semestre de 2026, terão a função primordial de prestar suporte às plataformas da Petrobras.
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, destacou em entrevista ao jornal A Tarde que essa iniciativa representa uma oportunidade única para os trabalhadores e trabalhadoras da Bahia, especialmente para aqueles que estão finalizando cursos técnicos e profissionalizantes. “A retomada da indústria naval na região é um passo importante para o desenvolvimento local e para a valorização da mão de obra qualificada”, afirmou.
Bacelar enfatizou que a trajetória de recuperação do setor começou entre 2020 e 2021, quando foram realizadas audiências públicas no Recôncavo e formada uma frente parlamentar com a finalidade de defender a indústria naval. Ele criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo ele, levou a que todas as encomendas de navios e plataformas fossem realizadas fora do Brasil, resultando na perda de milhões de empregos em favor de países como China, Japão e Coreia do Sul.
O Estaleiro Enseada, que enfrentou um período de inatividade quase total nos últimos dez anos devido aos efeitos da Operação Lava Jato, agora se prepara para dar um novo fôlego à indústria local. As embarcações serão construídas pela empresa CMM Offshore Brasil, que venceu a licitação através de recursos oriundos do Fundo da Marinha Mercante. A expectativa é que a produção comece em janeiro de 2026, após a aquisição das primeiras chapas de aço, programada para acontecer em dezembro deste ano.