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Arthur Lira é alvo de bolsonaristas após aprovar isenção do IR

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tornou-se alvo de críticas contundentes por parte de bolsonaristas nas redes sociais após sua articulação e garantia de aprovação unânime do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR). A proposta, que beneficia trabalhadores com salários de até R$ 5 mil, recebeu o aval da Casa na última quarta-feira (1º), resultando em 493 votos favoráveis — uma unanimidade histórica.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, do O Globo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já sinalizaram que a “artilharia contra Lira será pesada”. Essa reação se deve ao fato de que o presidente da Câmara vem se aproximando do governo federal em questões de interesse popular, algo que setores do bolsonarismo interpretam como uma “traição”.

Votação recorde

A votação do projeto do IR não apenas alcançou a unanimidade, mas também se destacou como a terceira maior votação favorável na história da Câmara, conforme levantamento do O Globo. Apenas outras duas propostas superaram o número de votos: a PEC do regime fiscal extraordinário, que visava combater os efeitos da pandemia da Covid-19, conta com 505 votos a favor e apenas dois contra; e a Emenda Constitucional que torna o Fundeb permanente, aprovada em julho de 2020, com 499 votos favoráveis e sete contrários.

Até então, a única votação unânime registrada em 2025 foi a da Lei Geral do Esporte, que obteve 471 votos, número inferior ao conquistado pelo projeto de lei do IR.

Contexto político

A votação ocorreu semanas após as manifestações que resultaram na derrubada da PEC da Blindagem no Senado, um projeto que era visto como uma tentativa de ampliar o foro privilegiado de parlamentares. O resultado da votação do IR foi interpretado como um gesto político de Lira em favor de uma pauta popular e consensual, contrastando com o clima de polarização que domina Brasília atualmente.

A medida, articulada por Lira e aprovada de forma unânime, deverá provocar um forte impacto social e fiscal, beneficiando milhões de trabalhadores de baixa e média renda. Porém, essa movimentação também expôs as tensões entre Lira e o bolsonarismo, em um momento em que o presidente da Câmara tenta equilibrar sua relação com o Planalto e as forças de oposição.

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