Deputados na Bahia respiraram aliviados após a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que a readequação das bancadas na Câmara Federal só terá validade a partir das eleições de 2030. Se a mudança tivesse sido implementada já em 2026, como estava inicialmente previsto, o estado da Bahia perderia duas cadeiras em Brasília, reduzindo sua representação de 39 para 37 parlamentares, além de perder outros dois assentos na Assembleia Legislativa, que cairia de 63 para 61.
O cálculo do número de representantes na Câmara Federal por estado é realizado com base nos dados do Censo do IBGE. Como a Bahia registrou uma diminuição populacional, a perda de cadeiras foi considerada necessária. Ademais, o total de deputados estaduais leva em conta o número de representantes federais, o que torna a situação ainda mais preocupante para a classe política local.
Com o objetivo de evitar a redução das bancadas, incluindo a da Bahia, os deputados federais tentaram legislar em causa própria e aprovaram um projeto que aumentava o número total de parlamentares de 513 para 531. Essa proposta buscava beneficiar os estados que teriam um aumento em suas cadeiras, sem prejudicar os demais. No entanto, o presidente Lula (PT) vetou a proposta, alegando que isso elevaria os gastos públicos. O veto nunca foi votado no Senado, o que acabou por influenciar a decisão tomada por Luiz Fux.
A possibilidade de uma redução nas cadeiras causou grande apreensão entre os políticos baianos. Deputados estaduais expressaram receio quanto à diminuição de espaço e recursos e começaram a exigir dos três senadores da bancada da Bahia uma articulação eficaz para reverter essa situação no Congresso. O senador Jaques Wagner (PT) se posicionou consistentemente contra a proposta, defendendo a manutenção do veto de Lula.
Com a decisão de Fux, o cenário eleitoral de 2026 permanecerá inalterado em relação a 2022, assegurando a manutenção da atual representatividade da Bahia em Brasília, sem modificar a configuração da Assembleia. Nos bastidores, o sentimento é um misto de alívio e vitória política, uma vez que a eventual perda de cadeiras, embora pudesse ser considerada uma medida favorável para a população ao indicar uma redução nos gastos públicos, também poderia enfraquecer a capacidade de negociação do estado em ambas as esferas, além de comprometer vantagens pessoais dos deputados locais.