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Celso Sabino pede demissão a Lula após pressão do União Brasil

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Celso Sabino, ministro do Turismo, apresentou sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (26). A decisão ocorre em meio a um ultimato imposto pela cúpula do União Brasil, que exigiu sua saída imediata do governo. No entanto, o ministro ainda busca alternativas para permanecer na pasta até novembro, prazo em que a COP30 será realizada em Belém (PA).

Em reunião com Lula no Palácio do Planalto, Sabino argumentou à direção do partido a possibilidade de se licenciar da legenda, enquanto continua à frente do ministério até o fim da conferência climática da ONU. Com uma base eleitoral no Pará, o ministro desempenha papel crucial na organização do evento, que ele enxerga como uma oportunidade para alavancar sua candidatura ao Senado em 2026.

A deliberação do União Brasil ocorreu na semana passada, quando a executiva nacional decidiu, por unanimidade, pela saída imediata de seus filiados do governo, antecipando um prazo que estava previsto para o dia 30. Este movimento se deu em meio ao desgaste enfrentado pelo presidente da legenda, Antonio Rueda, que foi alvo de acusações feitas pelo ICL e pelo UOL, que afirmaram que ele seria proprietário de aeronaves utilizadas pelo PCC, o que Rueda nega veementemente.

Dentro do partido, dirigentes avaliavam que Sabino tinha até esta sexta-feira para se afastar. O próprio ministro já havia sinalizado que não pretendia romper com a sigla, da qual é presidente do diretório nacional. Ele está tentando emplacar sua secretária-executiva, Ana Clara Machado Lopes, como sua sucessora na pasta.

A relação entre Rueda e o Palácio do Planalto vinha se deteriorando desde o início da gestão de Lula. O dirigente expressou que nunca havia sido recebido pelo presidente, e a primeira reunião entre os dois, ocorrida em julho, foi considerada “péssima” por aliados. Pouco tempo depois, Lula chegou a criticar Rueda nominalmente em um encontro ministerial, cobrando lealdade de ministros do centrão.

Esse embate provocou reações de aliados que tentaram reduzir a tensão. Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, e o dirigente petista Edinho Silva estão entre aqueles que atuam para aproximar o Palácio do Planalto e o União Brasil. Há expectativas de um encontro entre Lula e Rueda, embora a data ainda não tenha sido confirmada.

Mesmo com a saída de Sabino, membros da legenda afirmam que não há interesse em romper totalmente com o governo. Parte do União Brasil mantém cargos estratégicos na administração federal e não deseja abrir mão dessas posições.

Além do ministro do Turismo, a federação formada por União e PP conta com outro representante na Esplanada: André Fufuca (Esportes). Pressionado a deixar o cargo na próxima terça-feira (30), ele busca negociar com a direção do PP para permanecer até o final do ano, possivelmente se licenciado do partido.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a sustentação da aliança com o União Brasil não depende mais da cúpula do partido, mas sim da articulação de Alcolumbre. Caso a saída de Sabino e, eventualmente, de Fufuca se confirme, Lula deve redistribuir os espaços entre outras siglas da base aliada, como PSD, PDT, PSB e Republicanos.

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