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Eduardo Bolsonaro critica proposta de redução de penas e ataca relator

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) expressou críticas contundentes à proposta em análise na Câmara dos Deputados, que visa a redução de penas para os envolvidos nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. O relator do texto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), tem sido alvo das declarações de descontentamento do parlamentar.

Na noite de sexta-feira (19), Eduardo publicou uma mensagem em sua conta no X (antigo Twitter), afirmando que não há espaço para negociações que considerem concessões parciais. “A anistia ampla, geral e irrestrita não está sob negociação. Não aceitamos a mera dosimetria das penas em processos que consideramos nulos e ilegais, oriundos de inquéritos que consideramos abusivos e absolutamente inconstitucionais”, afirmou.

O deputado direcionou críticas incisivas a Paulinho da Força, acusando-o de tentar “enterrar” a ideia da anistia ampla. “Paulinho, eu retribuirei o conselho que você me deu sobre colocar a mão na consciência. Compreenda de uma vez por todas: eu não abri mão da minha vida no Brasil e arrisquei tudo para trazer justiça e liberdade ao meu povo em troca de um acordo indecoroso e infame que você está propondo”, declarou.

Em uma insinuante menção, Eduardo sugeriu que Paulinho poderia ser alvo de sanções por parte do governo norte-americano, considerando suas recentes interações durante uma estadia nos Estados Unidos. “Um conselho de amigo: tenha cuidado para que você não seja visto como um colaborador do regime de exceção. De acordo com a legislação, TODO colaborador de alguém sancionado por violações de direitos humanos pode ser alvo das mesmas sanções”, alertou.

O deputado também não poupou críticas ao ex-presidente Michel Temer (MDB), que, junto com Paulinho e Aécio Neves (PSDB-MG), articula a proposta. “Você, Michel Temer, e os demais não conseguirão impor à força o que chamam de pacificação, que, na verdade, é a manutenção de todos os crimes cometidos por Alexandre de Moraes”, escreveu Eduardo.

De acordo com informações do Estadão, na quinta-feira (18), Temer, Paulinho e Aécio se reuniram em São Paulo para discutir a proposta, que contou com a participação virtual do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Após a reunião, Temer descreveu o projeto — apelidado de “PL da dosimetria” — como um “pacto republicano”. Por outro lado, Paulinho da Força disse que a anistia ampla é “um sonho dos bolsonaristas”, mas descartou essa possibilidade. “Ela foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, e eu não quero criar um projeto que confronte a Câmara com o Supremo. Estamos focando na dosimetria”, esclareceu o relator.

Atualmente, a anistia ampla permanece como uma das principais bandeiras defendidas por aliados de Jair Bolsonaro (PL), que foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

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