O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, enfrentou críticas contundentes de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após afirmar que houve planejamento de um golpe no Brasil, mas que essa iniciativa não constituiu crime, uma vez que não se concretizou. A declaração foi feita na última segunda-feira (15), durante um evento político em Itu, no interior de São Paulo, e rapidamente provocou uma onda de reações nas redes sociais.
“Houve um planejamento de golpe, mas nunca houve um golpe efetivo. A legislação brasileira estabelece que, se alguém planeja um assassinato, mas não age, não é considerado crime. Portanto, o golpe não foi crime. O grande problema é que ocorreu aquela confusão em 8 de janeiro, e o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que aquilo foi um golpe. É um absurdo, com pessoas armadas apenas com pedaços de pau, um grupo de desordeiros quebrando tudo, e eles classificam aquilo como golpe”, declarou Costa Neto.
A fala de Valdemar Costa Neto gerou uma rápida reação entre figuras ligadas a Bolsonaro. O ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações e ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo, Fabio Wajngarten, questionou publicamente o presidente do PL. “Houve planejamento de golpe? Se sim, por quem? Alguém financiou? Não podemos continuar ouvindo isso em silêncio. Chega”, escreveu em uma rede social, expressando sua indignação.
Wajngarten também criticou a maneira como Costa Neto se expressou. “Quando não se tem algo relevante para dizer, é melhor ficar em silêncio. Abrir a boca sem uma mínima preparação só leva a erros. Não importa se é na televisão ou em um evento isolado, a repercussão será a mesma. Não subestimem o poder das redes sociais”, enfatizou.
Outro bolsonarista que se manifestou foi Paulo Figueiredo, aliado próximo de Eduardo Bolsonaro, que resumiu sua insatisfação em uma postagem breve: “Como sempre digo: não estamos nessa situação para agradar a ninguém”.
As declarações de Valdemar Costa Neto ocorrem em um contexto delicado, com o Supremo Tribunal Federal analisando os casos de indivíduos acusados de planejar e executar a tentativa de golpe de Estado em 2022. Este processo já resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão. A situação evidencia a divisão interna e as tensões que permeiam o PL, refletindo um ambiente político cada vez mais conturbado.