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Contraste entre declarações antigas de advogado e defesa de Bolsonaro no STF

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O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros réus, implicados na tentativa de golpe de Estado de 2022, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), atrai a atenção não apenas pela sua importância política, mas também pela atuação de um dos principais advogados da defesa. O advogado Celso Vilardi, encarregado de representar Bolsonaro, já havia se manifestado publicamente de maneira contundente contra os atos golpistas, declarações que agora contrastam com sua postura adotada diante da Corte.

Em entrevistas que concedeu antes de assumir a defesa do ex-presidente, Vilardi não hesitava em reconhecer a gravidade do ocorrido. “Não há como negar, nesta altura do campeonato, que existem indícios claramente evidentes a respeito de uma tentativa de golpe de Estado. Eu não tenho dúvida a respeito disso”, afirmou à CNN. O advogado mencionava como evidências depoimentos robustos, investigações da Polícia Federal, mensagens interceptadas e até o monitoramento de ministros do STF. Segundo ele, tratava-se de um plano de ruptura democrática articulado no próprio Palácio do Planalto.

Em outra entrevista, o criminalista foi ainda mais incisivo ao classificar a seriedade dos atos atribuídos a Bolsonaro e a seus aliados. “Estamos falando não apenas de uma brincadeira ou de uma cogitação, mas de uma tentativa de assassinato do presidente da República, do vice-presidente da República e de um ministro do Supremo Tribunal”, destacou.

Entretanto, ao comparecer diante do STF, o advogado adota uma postura oposta. Vilardi argumenta que não há provas suficientes para a condenação de Bolsonaro, questiona a credibilidade dos delatores e afirma que não existem elementos diretos que vinculem o ex-presidente à tentativa de golpe. Ele também sustenta que houve cerceamento do direito de defesa, alegando que o grande volume de documentos e o prazo reduzido para análise comprometem o direito ao contraditório.

A mudança de postura do advogado, que antes defendia punições severas aos envolvidos e agora se posiciona como o principal defensor do acusado, não passa despercebida. O contraste entre sua postura anterior e a atual levanta questionamentos sobre a coerência de sua atuação profissional e ética.

Enquanto isso, a sociedade observa atentamente os desdobramentos deste julgamento, considerado histórico devido ao seu impacto político e institucional. Caberá ao STF decidir o futuro de Bolsonaro e de seus aliados em um processo marcado tanto por embates jurídicos significativos quanto por profundas repercussões na opinião pública.

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