Uma recente pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 54% dos brasileiros se posicionam contra a aprovação de uma anistia no Congresso Nacional, com o intuito de isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, 39% dos entrevistados manifestaram apoio à proposta, enquanto 2% se mostraram indiferentes e 4% não souberam opinar.
O levantamento, que aconteceu nos dias 8 e 9 de setembro, abrangeu 2.005 eleitores distribuídos em 113 municípios. É importante destacar que a pesquisa foi realizada antes da decisão que resultou na condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, entre outras infrações. A margem de erro estimada para o estudo é de dois pontos percentuais.
A rejeição à anistia também se estende significativamente aos responsáveis pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro depredaram as sedes dos Três Poderes. De acordo com a pesquisa, 61% dos entrevistados afirmaram que não deve haver perdão para esses atos, enquanto 33% apoiam a possibilidade de anistia.
Até o presente momento, foram registradas 1.630 ações penais decorrentes dos atos golpistas, resultando em 683 condenações, 11 abstenções, 554 acordos judiciais e 382 processos que ainda estão em tramitação.
Com a sentença do STF, Bolsonaro se torna o primeiro ex-presidente brasileiro a ser condenado por tentar se manter no poder de forma ilegítima. A sua prisão em regime fechado depende apenas da análise dos recursos apresentados, cuja rejeição é considerada altamente provável por especialistas.
A insatisfação da população em relação à possibilidade de anistia é um reflexo da percepção ampla sobre a gravidade dos atos cometidos tanto por Bolsonaro quanto pelos seus apoiadores. As opiniões expressas na pesquisa indicam uma tendência de defesa da responsabilização efetiva dos envolvidos, reforçando a exigência por justiça e a rejeição a quaisquer tentativas de amenizar as consequências legais desses atos. A polarização política no Brasil continua a se aprofundar, com a sociedade cada vez mais atenta às movimentações no Congresso Nacional e às decisões judiciais que moldarão o futuro político do país.