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Aprovação de Lula atinge 33%, quase igualando a reprovação, diz Datafolha

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A avaliação positiva do governo Lula (PT) alcançou 33% em setembro, atingindo o maior índice do ano, conforme revela uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (10). Este resultado se aproxima da taxa de reprovação, que se fixou em 38%, enquanto 28% dos entrevistados consideram a gestão como regular.

O levantamento foi realizado nos dias 8 e 9 de setembro e ouviu 2.005 pessoas em 113 cidades de todo o Brasil. A margem de erro para os resultados é de dois pontos percentuais.

Esse aumento na aprovação representa uma recuperação parcial após meses de desgaste. Em fevereiro, o governo tinha registrado seu pior desempenho desde a redemocratização, com apenas 24% de aprovação, em contraste com 41% de reprovação e 32% de avaliação regular. No final de julho, a taxa de ótimo/bom chegou a 29%, enquanto a de ruim/péssimo atingiu 40%.

A melhora nos índices coincide com a ofensiva política promovida pelo Palácio do Planalto após a crise gerada pelo tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros. Lula explorou essa situação em seus discursos, como no evento do 7 de Setembro. Além disso, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal também voltou a expor seu rival, intensificando o contraste entre as gestões.

Apesar disso, a diferença entre aprovação e reprovação ainda permanece dentro da margem de erro, indicando um cenário de incertezas.

Comparação com Bolsonaro

Na mesma fase de seu governo, Bolsonaro apresentava apenas 22% de aprovação, com 53% de reprovação e 24% de avaliação regular, um desempenho inferior ao do atual presidente.

A pesquisa também avaliou a aprovação pessoal de Lula como presidente, revelando que 48% dos entrevistados aprovam sua atuação, enquanto 48% expressam desaprovação. Em julho, esses índices estavam em 46% e 50%, respectivamente.

Perfil dos eleitores

O petista mantém forte apoio entre os nordestinos, onde a taxa de ótimo/bom é de 45%, além de contar com a confiança de pessoas com menor escolaridade (40%) e eleitores com renda mais baixa (39%). Por outro lado, a rejeição ao presidente aumenta no Sul (52%), entre evangélicos (52%), na faixa de renda acima de dois salários mínimos (47% a 51%) e entre aqueles com ensino superior (46%).

A pesquisa indicou avanços em segmentos distintos da população. No Nordeste, Lula ampliou sua aprovação de 38% para 45%. Entre evangélicos, um grupo tradicionalmente alinhado a Bolsonaro, a taxa de ótimo/bom aumentou de 18% para 27%, embora a desaprovação ainda seja a maioria nesse segmento.

Perspectivas

Analistas afirmam que a sustentação desses números dependerá, nos próximos meses, do impacto econômico do tarifaço e do desfecho do julgamento de Bolsonaro no STF. Também devem ser considerados os movimentos da direita para ocupar o espaço deixado pelo ex-presidente, especialmente o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já ensaia estratégias de projeção nacional com vistas a 2026.

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