O ex-presidente da República Jair Bolsonaro saiu, pela primeira vez, nesta quarta-feira (16), de sua residência em um condomínio fechado localizado no Lago Sul, em Brasília, desde que iniciou o cumprimento de sua prisão domiciliar em 4 de outubro. Com a autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-mandatário se dirigiu a um hospital particular da capital federal para realizar uma série de exames clínicos.
Bolsonaro chegou ao Hospital DF Star por volta das 9h e, até as 11h30, continuava no local. Ao atender ao pedido dos advogados do ex-presidente e conceder a autorização para que ele saísse de casa, Moraes estabeleceu que Bolsonaro deveria retornar ao seu condomínio em até oito horas e apresentar, no prazo de 48 horas, um atestado que detalhasse os procedimentos realizados durante a visita ao hospital.
Os exames que Bolsonaro deve realizar incluem análises de sangue e urina, endoscopia, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ecocardiograma. De acordo com a defesa do ex-presidente, esses exames são essenciais, uma vez que ele tem apresentado, nos últimos dias, sintomas de refluxo e soluços persistentes.
Desde o atentado que sofreu em 2018, Bolsonaro necessita de acompanhamento médico regular em virtude das complicações resultantes das cirurgias que realizou devido à facada que atingiu a região abdominal, causando lesões graves nos intestinos delgado e grosso.
Enquanto estiver fora de sua residência, Bolsonaro continuará a ser monitorado por meio de uma tornozeleira eletrônica. O ministro Moraes determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF) acompanhe todo o deslocamento do ex-presidente, que é responsável pelo monitoramento eletrônico do equipamento.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada por Moraes em 4 de outubro, com base na constatação de que o ex-presidente usou as redes sociais de seus filhos, Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro, para contornar a proibição de acesso a esses meios de comunicação, inclusive por meio de terceiros.
Essas medidas cautelares foram definidas em um inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é investigado por sua atuação junto ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de implementar ações de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do STF. Em março deste ano, Eduardo pediu licença de seu mandato e se mudou para os Estados Unidos, alegando perseguição política.
Além disso, Bolsonaro enfrenta investigações por ter supostamente enviado recursos, via Pix, para financiar a estadia de seu filho no exterior. Ele também é réu em um processo penal relacionado a uma suposta trama golpista que tramita no STF, com o julgamento marcado para setembro.
As informações foram obtidas através da Agência Brasil.