O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a manifestar, na quarta-feira (14), a necessidade de que as autoridades americanas intensifiquem as sanções contra lideranças políticas brasileiras, incluindo o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). De acordo com o parlamentar, ambos já estão sendo monitorados pelos Estados Unidos.
Em uma entrevista concedida à BBC News Brasil, Eduardo destacou que Motta poderia evitar sanções ao colocar em pauta o processo de anistia, enquanto, no tocante a Alcolumbre, mencionou a análise de um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o deputado, esse pedido já conta com 41 assinaturas no Senado.
“Se no futuro nada for feito, talvez possamos ver também Alcolumbre e Hugo Motta figurando nesta lista de pessoas que poderiam sofrer sanções. O que sei é que eles já estão no radar, e as autoridades americanas têm uma visão clara do que acontece no Brasil. Elas entendem que, por exemplo, o processo de anistia precisa ser iniciado pela mesa do presidente Hugo Motta”, afirmou o parlamentar.
Eduardo também reiterou a sua proposta de sanções contra familiares de Moraes, incluindo sua esposa, a quem ele se referiu como “braço financeiro”. O deputado sugeriu que ela poderia ser alvo da Lei Magnitsky, uma legislação americana que prevê punições a estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.
O deputado argumentou que medidas desse tipo poderiam ajudar a “isolar” Moraes e “restaurar a harmonia entre os Poderes”. Ele se declarou disposto a “ir até as últimas consequências” para garantir o afastamento do ministro.
Ao comentar sobre a tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, Eduardo afirmou que “a liberdade vale mais que a economia” e que o Brasil “merece” essas sanções por ser, em sua avaliação, “uma ditadura.
Em julho, o parlamentar já havia acusado Moraes de ter ordenado, sem justificativa legal, o bloqueio das contas bancárias de sua esposa, Heloísa Bolsonaro. Naquela ocasião, em uma entrevista ao Financial Times, ele também sugeriu que o governo americano poderia responder à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com novas sanções e restrições de vistos a autoridades brasileiras.