A Polícia Militar do Distrito Federal intensificou a segurança e interditou o acesso à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de segunda-feira (4), em razão da recente decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal Estadão, a medida de bloqueio foi adotada de maneira preventiva, após apoiadores de Bolsonaro convocarem um “buzinaço” como forma de protesto contra a decisão judicial. Com o objetivo de impedir que os manifestantes se aproximassem do STF e das sedes dos demais poderes da República, a ação da Polícia Militar buscou garantir a ordem pública e a segurança nas imediações.
Proibição de novos acampamentos
A movimentação ocorre poucos dias depois que o ministro Moraes determinou, no dia 26 de setembro, a retirada do deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) de um acampamento montado na Praça dos Três Poderes. Naquele momento, o parlamentar havia iniciado um protesto solitário, em greve de silêncio, em apoio ao ex-presidente. Conforme mencionado pelo Estadão, Moraes também assinou um aditivo à sua decisão, que proíbe a instalação de novos acampamentos em um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada e até mesmo de quartéis das Forças Armadas. Esta medida visa prevenir episódios semelhantes aos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Carreata e palavras de ordem
Com o bloqueio ao centro do poder em Brasília, os apoiadores de Bolsonaro seguiram em carreata de carros e motos, acompanhados por viaturas da PM, em direção ao condomínio onde o ex-presidente reside. Durante o percurso, os manifestantes entoaram gritos como “Fora, Xandão” e “Fora, Moraes”.
O deputado Zé Trovão (PL-SC), um dos participantes da mobilização, classificou a decisão de Moraes como mais um ato abusivo. “É mais uma arbitrariedade. Esse cara quer tocar fogo no País. Ele quer destruir a democracia brasileira. O povo vai fechar o Brasil”, declarou ao Estadão. Questionado sobre o destino da carreata, o parlamentar confirmou: “Nós vamos até a frente do condomínio do presidente.”