banner

Policial federal baiano em ação por golpe diz que era “fã” de Moraes

3 Min

O policial federal baiano Wladimir Matos Soares, um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro, fez uma declaração surpreendente nesta segunda-feira (28). Durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que “era fã” do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação. Essa revelação ocorreu na fase final de interrogatórios dos 31 réus envolvidos na trama golpista, conforme reportado pelo Estadão.

“Eu era muito fã dele, porque, quando estudei Direito, foi pelo livro dele”, afirmou Soares, lembrando-se de sua formação acadêmica. O agente ainda comentou sobre sua experiência em eventos de grande porte, destacando que integrou a equipe de segurança de Moraes durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. A admiração pelo ministro, no entanto, suscita questionamentos sobre suas ações atuais e o papel que desempenhou no contexto da investigação.

Wladimir Soares, conhecido entre os colegas como “Mike Papa”, enfrenta graves acusações relacionadas ao que é descrito como o “núcleo 3” da organização investigada. De acordo com a PGR, ele teria repassado informações sigilosas sobre a equipe de segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a militares que estavam envolvidos em um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”. Este plano visava assassinar o chefe do Executivo, além de incluir a articulação para os assassinatos de Alexandre de Moraes e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Os membros desse núcleo são acusados de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de bem tombado. As acusações configuram uma situação extremamente séria, que envolve não apenas a integridade de instituições, mas também a segurança de figuras políticas relevantes.

Nascido em Salvador, Wladimir cresceu no bairro de Roma, situado na Cidade Baixa. Com 22 anos de experiência na Polícia Federal, sua trajetória profissional é admirada por muitos. Moradores da Rua Raimundo Bizarria, onde ele passou parte de sua vida, expressaram ao Estadão a admiração que sentem por sua carreira na corporação. Contudo, o atual contexto de sua atuação levanta questões sobre a ética e os limites da ação policial em um Estado democrático.

Curtiu? Siga o Candeias Mix nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, e Google Notícias. Fique bem informado, faça parte do nosso grupo no WhatsApp e Telegram.
Compartilhe Isso