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Editorial do Estadão critica governadores bolsonaristas e pede ruptura da direita

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O jornal O Estado de S. Paulo publicou neste domingo (13) um editorial incisivo que critica a postura de governadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro em meio à recente crise diplomática com os Estados Unidos. Intitulado “Aprendizes de Bolsonaro”, o texto denuncia Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO) por uma “desonestidade intelectual” ao tentarem atribuir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a responsabilidade pelo “tarifaço” que o presidente norte-americano anunciou contra produtos brasileiros.

O editorial do Estadão ressalta que a reação desses governadores revela a continuidade de uma direita que é “retrógrada, personalista e antinacional”, a qual ainda gira em torno de Bolsonaro. Em vez de condenarem os ataques proferidos por Trump às instituições brasileiras e a defesa explícita de Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado, os governadores optaram por distorcer a realidade em prol de uma estratégia eleitoral. Segundo o jornal, essa atitude não apenas é oportunista, mas também contraproducente.

O Estadão argumenta que, ao se manterem fiéis ao ex-presidente, essas lideranças comprometem qualquer esforço legítimo para a construção de uma direita democrática e moderna no Brasil. “O Brasil precisa, sim, de uma direita responsável, madura e comprometida com o futuro – não de marionetes de um golpista contumaz”, afirma o editorial. Para o jornal, continuar atrelado ao bolsonarismo representa um desserviço à democracia e aos interesses nacionais, além de constituir um obstáculo para qualquer projeto de oposição sério e construtivo.

Esse comportamento, segundo o editorial, não é apenas uma estratégia política falha, mas também um reflexo de uma mentalidade que ignora os avanços necessários para a política brasileira. O Estadão enfatiza que a postura dos governadores, ao invés de contribuir para um debate saudável e produtivo, perpetua divisões e retrocessos que já foram amplamente discutidos e repudiados pela sociedade.

O editorial conclui destacando que o país anseia por liderança que não apenas critique, mas que também ofereça propostas construtivas e inovadoras. O futuro da direita no Brasil, segundo o jornal, deve ser guiado por princípios que respeitem a democracia e promovam o desenvolvimento nacional, longe da sombra do extremismo e da polarização exacerbada que caracterizou a era Bolsonaro.

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